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sexta-feira, 23 de abril de 2010

EURO POLITIQUE.22 - "O Castelo de Cartas" - Europa

Castelo de Cartas - Europa



Três modelos sociais e económicos de cariz político começam a desenhar-se na senda mundial: o modelo chinês, o modelo americano e o modelo europeu.

Este modelo fundamentado na “liberdade, igualdade e fraternidade”, nas conquistas económicas e sociais, de centenas de anos, nada deve ao pragmatismo económico americano, ou, às “directivas desumanas” chinesas.

Quando surge a crise da Grécia, alguns alemães aconselharam que se vendessem algumas ilhas

Na zona euro, que se pode dizer de “eurolândia”, seria inconcebível tal ideia, se a solidariedade europeia funcionasse, e, oxalá ela funcione; e, se a moeda europeia resistisse à actividade especulativa de outros esconsos mercados, quiçá a Europa estivesse mais tranquila.

Todavia, se olharmos para as localidades americanas, salta à vista o domínio de uma fábrica que se torna no alicerce económico de qualquer comunidade local.

Na Europa, tipo “Castelo de Cartas”, urge a necessidade distribuir competências tecnológicas, industriais e económicas. Torna-se imperioso jogar o jogo, distribuindo funções e competências que certos países podem desenvolver, ultrapassando o egoísmo nacionalista, e, as fronteiras de um certo inconsciente xenófobo.

A Europa detém capacidade tecnológica e desenvolvimento científico suficiente para fazer face aos seus concorrentes, no mundo aberto da globalização.

O seu projecto de desenvolvimento económico e social, resultante de .centenas de anos, necessita de se afirmar no contexto da globalização.

As regras do jogo devem ser definidas, não emancipação saudosista do natural nacionalismo, mas num projecto europeu.

Face à crise, urge repensar a Europa e distribuir os papéis que cada país deve desempenhar no contexto da sua globalidade europeia.

Na sua simplicidade, um dia uma alemão dizia: “Portugal tem tanto mar, porque não vender, um pouco, à Alemanha”.

O motor económico da Europa, em vez de se afirmar com a hegemonia da tese do desenvolvimento, tem de se constituir na sua antítese, como símbolo da dialéctica europeia. É, através da base económica que a Europa deve mostrar o seu rosto de valores face aos outros concorrentes.

O modelo social e económico europeu, apesar das sua vulnerabilidade, continua a ser aquele que corresponde melhor aos ideais pelo qual muitos europeus lutaram.

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