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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

EUROPOLITIQUE: Luanda no trânsito e no consumo

Com mais de dois milhões de viaturas nas estradas de Luanda, não há vias que aguentem tal profusão de trânsito, numa capital com 6,5 milhões de habitantes, ultrapassando Lisboa e arredores. “Luanda não tem estradas para tantas viaturas”, argumenta o engenheiro Paulo Gai do Ministério da Construção.
A capital de Angola, grande metrópole do Sudoeste Africano, consome 10 vezes mais em combustível que qualquer cidade média do seu território, nada menos, do que 2.906.543 toneladas, em 2013, segundo dados da Sonangol.
Todavia, a “guerra do petróleo” começa a criar alguns problemas à economia angolana, já que 80% do seu orçamento depende das receitas petrolíferas.
A volatilidade do preço do crude está relacionada com a sua produção, o fraco crescimento mundial,  e, o papel da Arábia Saudita.
Perder a sua clientela graças à baixa de produção de petróleo é um jogo que a Arábia Saudita não quer correr, ainda que tenha de baixar o preço do brent, na ordem dos “20, 40, 50 ou 60 dólares”, como afirma o ministro saudita Ali al Naîmi, super influente no seio da OPEP; já que seria favorecer os russos, os brasileiros, e mesmo, os americanos.
Enquanto que na Arábia Saudita, o preço do Brent é inferior aos 20 dólares (não esqueçamos que ele sai a 2 dólares, sem impostos), a rentabilidade canadiana ronda os 100 dólares, e a média de outros países produtores situa-se nos 60 dólares, ainda que Angola estabeleça futuros projectos, na ordem dos 30 dólares, por barril de petróleo. Por isso, a Arábia Saudita quer forçar que os projectos mais caros não se desenvolvam, já que eles próprios têm uma indústria petrolífera que carece de desenvolvimento.
Se, Angola projecta extrair 2 milhões de barris, por dia, igual quantidade foi atingida pelos USA, neste momento, em que a fraca procura mundial para 2015, se situa num acréscimo na ordem de 900.000 barris, por dia.

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