Evocam-se os mais célebre
pensadores alemães para que encontrem uma “luz ao fundo do túnel”, que se torne
como um “raio luminoso” nesta “Razão Europeia”, como projecto político.
Confundir um “projecto político”
com um projecto de “pontes, túneis e viadutos bonitos” numa ilha perdida no
Oceano Atlântico, tem um sabor a “Madeira Wine”.
Por isso, não sei se “espírito
germânico” invadiu a Madeira, nem sei se um tal dito “espírito de um povo”, no
sentido de Hegel, domina a Europa, secundado pelo “seguidismo” francês, e, se
alicerça unicamente no contexto produtivo e económico.
Por agora, “a razão europeia” e
sua “racionalidade”, como projecto político, parece que se desvincula dos
antigos ideais da “democracia grega”, caso paradigmático e actual, para se
suster na dimensão do “Homem unicamente económico”, ou do “Homem
Unidemensional” de Herbert Marcuse.
A dita globalização perpassa por
esta “unidimensionalidade”, meramente económica e mercantil, em que todos os outros
espaços definham, tal como a Ilha da Madeira devia estiolar, apesar de ser um
“cartão de visitas” da dita Europa.
Portanto, todos os espaços da
dita “Lebenswelt” de Marcuse reduzem-se à componente económica, em que os
“impérios financeiros” determinam a mundividência das pobres criaturas humanas,
desprovidas daquilo que é mais essencial para a sua existência.
A “superestrutura da economia”,
desvinculada do “real valor do trabalho” adquire espaços de divergência que
permite que esta flutue como uma autêntica prisão que devora os seus produtores,
sobretudo quando são “empregados do turismo” e da “indústria do lazer”.
O “ócio”, ou, a “capacidade de
reflexão” devem-se reduzir à capacidade mecânica e de embrutecimento do
trabalho e do labor económico.
Infelizmente, a riqueza acumulada
pela humanidade não tem a mesma fecundidade que a natureza, no sentido de
Locke, tornando-se , muitas vezes, supérflua e aleatória no seu exibicionismo e
esbanjamento.
Porventura, também, será a Madeira?...