A profusão de debates e comentários da imprensa nacional
acerca da TSU faz com que naveguemos na mediocridade da análise provinciana, não conseguindo
olhar para a vizinha Espanha. Qualquer entendido em Segurança Social pode
verificar e comparar as várias situações, quer em Porugal, quer em Espanha, para elaborar um juízo acerca dos benefícios
ou malefícios desta taxa.
Por nós, estamos plenamente convencidos de que a sua
aplicação temporária é correcta, apesar das muitas dúvidas da sua aplicação.
Olhemos para a alta velocidade espanhola, que é um êxito, e para a possível
conexão com a Galiza através dos comboios inter-cidades, cujos projectos em Portugal demoram 10 anos e em Espanha somente 5 anos.
Apesar de todas as dúvidas emanadas da Europa rica e
opulenta, a economia espanhola caminha em passos de desenvolvimento firme, em
que a sua dívida pública deve baixar dos 100%, e, em que as exportações superam as
importações.
O turismo e a indústria automóvel são os dois grandes
motores deste desenvolvimento. Nada menos de 8.000 cruzeiros deambularam pelos
portos espanhóis, que deram lucro ao Estado, com um movimento turístico que
ascende aos 74,4 milhões, e com o aeroporto de Barcelona com 44,4 milhões de
transeuntes. Lisboa, a cidade que deve rivalizar com Barcelona, queda-se a um
terço do seu movimento aeroportuário.
Apesar de um certo “boom” turístico, a capital portuguesa
carece de objectivos de planeamento que entravam o seu desenvolvimento.
A indústria automóvel em Espanha, com as suas dezassete
fábricas de construção e montagem faz com que se guinde para o oitavo
construtor mundial, superando o Brasil, e, somente atrás da China, USA,
Alemanha, Japão, Coreia do Sul, Índia e
México.
Com uma indústria ferroviária em expansão, com vendas
têxteis mundiais, com produção de bens agrícolas e alimentícios em escala,
augura-se que o seu desenvolvimento tenha um crescimento de 3% ao ano.
Se a crise bancária foi de 70 mil milhões de euros, em
Espanha, sem entrar com os peritos da Troika,
a crise portuguesa nos últimos quinze anos atinge 35,5 mil milhões de
euros. Quer dizer, metade da problemática espanhola não corresponde ao peso e importância lusa, por isso os comboios em
Espanha andam em alta velocidade e os “inter-cidades” portugueses não chegam a
Espanha.
P.S. - 370.000 (micro e pequenas empresas = 98%). Se a Alemanha tem uma inflação de 1,5% a 1,6%, aumenta o seu custo de vida e aumenta o custo da dívida portuesa, apesar de 1,2% de crescimento+0,7% de inflação (total 2%) em que os juros são de 3,5 % , ou seja, não são para pagar capital.