Nas sociedades europeias, o “Estado Social”, ou, estado
previdência, (aquilo que na Idade Média se pedia a Deus, agora pede-se ou
exige-se ao Estado), que procura o bem-estar da população, com sistemas de
saúde e educação universais, e, com sistemas de reforma e aposentação, protecção
à velhice, que procura implementar sistemas fiscais equilibrados, tendo como
meta o pleno emprego das pessoas (na medida do possível), não consegue
satisfazer as suas exigências sociais.
Embora, as pessoas se achem com direitos sociais neste "Estado Social", os deveres implícitos à sua função e garantia não podem ser satisfeitos por causa do funcionamento da economia.
Embora, as pessoas se achem com direitos sociais neste "Estado Social", os deveres implícitos à sua função e garantia não podem ser satisfeitos por causa do funcionamento da economia.
Até quando, a função deste "Estado Social" tem capacidade de
resistir à crescente crise da “classe média” é uma incógnita, sendo ela o motor
do desenvolvimento?
Como bem diz, o embaixador americano em Lisboa, as condições da “classe
média” de há 20 anos desapareceram. Agora, a nível familiar, trabalhando duas
pessoas não conseguem pagar a casa, assumir os seus encargos económicos, educar
os filhos universitários e poupar para a sua velhice ou reforma, após os 65
anos.
A ideologia do “self made man”, projectada no “american
dream” em que a iniciativa privada prevalece em função do Estado, (onde se
inclui a indústria de armamento), a filantropia (doações dos super ricos para
causas humanitárias e estatais), a caridade (apoio a associações e hospitais,
grupos religiosos e sociais) mecenato, (patrocinadores e benfeitores sociais e
universitários) e, finalmente, um
sistema fiscal, que, por vezes, procura taxar os mais ricos para
distribuir riqueza pelos mais pobres (aliás, a nata da elite mundial mais
abastada), encontra-se numa encruzilhada em que a “famosa iniciativa privada” não
se coaduna com os seus objectivos sociais. O caso mais flagrante nos USA é o
seu sistema de saúde, ao contrário do sistema europeu, ou, do “Estado Social”.
Enquanto que a classe super rica americana prospera, a
classe média americana definha.
O valor e direito ao trabalho são incertos, as condições
sociais de economia doméstica são abaladas no seu rendimento, quer pelo peso dos impostos, ou, quer pelo impacto da globalização.
Dois sistemas políticos e sociais, um pouco diferentes, mas que têm um denominador
comum: o problema da classe média.