Que Ronaldo diga: “eu não sou a pessoa mais humilde do mundo”, e, que tenha uma frota de carros que ultrapassa os 5 milhões de euros, desde este Ferrari 599 GTO de 320 mil euros até aos outros Lamborghini, Bentley Rolls Royce e Bugatti, pagando mais de 100.000 euros de seguro, está dentro do estatuto pessoal de um amante de carros, que pouco tem de humildade.
Mas tenhamos caridade pela traição do discurso, já que “Deus é brasileiro”, e, pessoalmente preferia o Ronaldo "Fenómeno", ao Ronaldo "toureiro português".
Quando Ronaldo afirma: “mesmo Deus não agrada a todo o mundo”, não está a comparar-se indirectamente ou infelizmente a Deus, ou, ou a trair o seu próprio discurso, como pretende afirmar o “jornal Figaro”. (Indirectamente, teríamos uma pequena “jalousie”).
Infelizmente, a comparação é duplamente infeliz na semântica francesa.
Digamos que, certamente, esta semântica encaixa perfeitamente na linguagem e léxico francês. Quando os franceses lamentam que as coisas não correm bem, suspiram: “Mon Dieu...Mon Dieu...”
Portanto, este suspiro francês faz parte da vida quotidiana gaulesa, e retira qualquer forma comparativa a Deus.
“A César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”, já
dizia o famoso J.C.
Por mais
que o “ego” de Ronaldo seja forte, a humildade do seu percurso não permite que
as veleidades e semânticas francesas o atraiçoem, porque elas estão inscritas
na própria linguagem francesa.
Como dizem os franceses: “le
discours c'est toujours une trahison du discours”.Por isso, não quero tratar o “Figaro” por “jaloux”, já que, por várias vezes, fui confrontado com este "discours carré".
Bonne Année 2016.