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segunda-feira, 25 de abril de 2011

EURO-POLITIQUE. 80 - A máquina do Estado


Acusa-se os partidos portugueses de não cumprirem as suas “obrigações políticas”, mas a contradição deste delito advém que os partidos são o elemento representativo da própria democracia. (Há quem advogue se um político diz a verdade, não pode ser político. Ou seja, “a arte e engenho da política” ultrapassa a “ciência política”, recordando Maurice Duverger).

Se os partidos não mudam as suas estratégias, não se renovam internamente, continuam no mesmo processo que atraiçoa a própria democracia. E, se a sociedade civil continua simplesmente a olhar para este cenário de políticos sofre as consequências da sua impotência.

Ou seja, é uma “petição de princípio”, cuja premissa origina a mesma conclusão, em que a “sociedade civil” está enredada, sem qualquer solução à vista.

Se a “classe política” não demonstra suficiente habilidade para conduzir o País, não pode quedar-se simplesmente a “sociedade civil” a observar continuamente esta luta intestinal pelo poder.

Mas, para além, da dita “classe política”, todavia existe a máquina do Estado  que é algo que ultrapassa esta luta intestinal pelo poder, e, pela simples afirmação partidária.

Quem paga o Estado?

São, sem dúvida, os contribuintes, ou seja, aqueles que estão na “sociedade civil”.

Qual é o papel do Estado?

Ter instituições credíveis a nível militar, de segurança, de polícia, de tribunais, de representação diplomática, de segurança social, de educação e de saúde.

Todo este conjunto de instituições é composto por milhares de pessoas que devem demonstrar uma “consciência social e política” que dignifique o papel do Estado, e não simplesmente na ânsia de ocupar cargos e postos de funcionários da máquina do Estado. Claro que o Direito baliza estes comportamentos, mas isso não chega.

(A sociedade civil e os meios de informação tem de agir no marasmo político, denunciando, intervindo para que o Estado cumpra o seu papel).

O Estado é uma super estrutura que domina o resto da população, ou seja, os contribuintes que pagam e mantém o próprio Estado. A máquina do Estado é pesada e complexa, enfrentando o poder das instituições nacionais e estrangeiras.

O voto é soberano. Os cidadãos devem votar.

Em quem?

Nos partidos que apresentam os seus candidatos.

(Caro leitor, você pode escolher?!...)

EURO-POLITIQUE. 77 - O Impasse da Líbia



A classe diplomática da Libia foi o elemento essencial da debandada de um “sistema político” que pouco razões tinha da sua existência, contrariamente ao gáudio do seu lider, apesar da nossa estima e respeito pelas não-ingerência em assuntos nacionais!...


Nesse sentido, registamos um certo agrado, já que tivemos a ousadia de manifestar que as mudanças deveriam acontecer, infelizmente sem as consequências que estão à vista.

Portanto, não é por "falta de aviso" que certas coisas acontecem, apesar dos dirigentes políticos europeus se vangloriem na jactância das super-estruturas políticas, e, sobretudo nas suas “negociatas”.
Convém afirmar que as "sociedades civis" existem, e, que "a sociedade política" é o que é muitas vezes!...

Talvez, um pequeno exemplo ilustre a tão propagada grandeza da Líbia, e do seu líder.

Quem teve a oportunidade de conviver nos meios académicos franceses com qualquer representante ou personagem oriunda do Norte de África chega à triste conclusão de que não havia qualquer elemento civil da Líbia. (Por acaso, parece que existiam, mas acantonavam-se nas “bases francesas”).

Ultimamente o Papa faz apelo à diplomacia.

Será o caminho indicado!...

A dita “sociedade civil” da Líbia, finalmente, ressurgiu do estado de penumbra e escuridão à qual estava submetida. Com grande sofrimento e penúria procura afirmar-se contra um "regime militar e musculado" que procura negar os direitos fundamentais da sua cidadania.

Mas qualquer cidadão, nascido na sua terra, tem direito à sua voz, desde que respeite os direitos dos outros.

Se uma sociedade não se move por critérios de justiça, pela afirmação respectiva dos seus direitos, pelo diálogo e consenso, somente lhe resta a violência.

Neste sentido o apelo do Papa tem razão e sentido, para que a violência seja substituída pelas condições de diálogo e procura de consensos.

EURO-POLITIQUE. 78 - O processo de Ilustração - 25 de Abril 2011.


A máquina do Estado implica nada menos de 5.000 pessoas envolvidas nas suas engrenagens. A avidez grassa em qualquer partido!...


Pedir ao povo que vote, não chega. O povo não está devidamente esclarecido, vive na penumbra e escuridão, e lamenta-se com a crise.

Votar neste ou naquela partido, sem a credibilidade dos seus personagens, é alimentar a engrenagem dos 5.000 funcionários que estão na engrenagem da máquina. Esta teia de “funcionários políticos” anseia pela carne dos seus privilégios, direitos e regalias.

Por outro lado, praticamente estamos sozinhos frente à globalização e aos nossos parceiros europeus. Olham-nos, como sempre, para lá dos Pirinéus “aquilo é África”.

Portanto, qualquer estrutura partidária terá de lidar com a colocação dos seus peões para organizar e sustentar esta máquina estatal.

Se a justiça tem as lacunas que tem, se o poder policial navega nas contradições do sistema legislativo, se o poder tem de lidar com as instituições que o compõem, não basta que haja somente um acordo entre a “sociedade civil” com a desprestigiada “sociedade política”. É necessário que "o papel" que cabe ao Estado seja apresentado com clarividência, sobretudo no nível económico, para que a “sociedade civil” dê o seu contributo nas situações que lhe cabem.

“Governar é difícil”, alguém dizia com funções administrativas, mas apesar de um país pequeno, com défice, dívida e desemprego, ou seja, os três “d”, contrários ao 25 de Abril, cabe aos portugueses encontrar as soluções para os seus problemas.

“37 anos passados do 25 de Abril de 1974”, a desilusão não pode dar azo à descrença, como diz Pessoa “tudo vale a pena se a alma não é pequena”; e, o 25 de Abril 74 foi grande, dentro e fora do País. 

Com a moeda única – o euro - que não permite a “desvalorização da moeda” e a “adesão aos sistemas de inflação”, estamos num mesmo barco europeu, onde temos de falar a mesma “linguagem” (seja ela económica), e reconstruir o barco, apesar das suas pranchas falharem aqui e acolá, mas temos de continuar a navegar, sem os riscos de afundar a embarcação.

Se a “classe política” não tem a ousadia de esclarecer os portugueses, de apontar metas e percursos, de definir objectivos, então que sejam as instâncias internacionais a entrar no processo de ilustração que o povo carece.

O povo português sempre esteve habituado a fazer das tripas coração!...

EUROPOLITIQUE: Recordando "Platero y Yo" ....Juan Ramón Jiménez

  Na minha tenra idade escutava os poemas de “ Platero y yo” , com uma avidez e candura própria da inocente e singela juventude, que era o ...