Acusa-se os partidos portugueses de não cumprirem as suas “obrigações políticas”, mas a contradição deste delito advém que os partidos são o elemento representativo da própria democracia. (Há quem advogue se um político diz a verdade, não pode ser político. Ou seja, “a arte e engenho da política” ultrapassa a “ciência política”, recordando Maurice Duverger).
Se os partidos não mudam as suas estratégias, não se renovam internamente, continuam no mesmo processo que atraiçoa a própria democracia. E, se a sociedade civil continua simplesmente a olhar para este cenário de políticos sofre as consequências da sua impotência.
Ou seja, é uma “petição de princípio”, cuja premissa origina a mesma conclusão, em que a “sociedade civil” está enredada, sem qualquer solução à vista.
Se a “classe política” não demonstra suficiente habilidade para conduzir o País, não pode quedar-se simplesmente a “sociedade civil” a observar continuamente esta luta intestinal pelo poder.
Mas, para além, da dita “classe política”, todavia existe a máquina do Estado que é algo que ultrapassa esta luta intestinal pelo poder, e, pela simples afirmação partidária.
Quem paga o Estado?
São, sem dúvida, os contribuintes, ou seja, aqueles que estão na “sociedade civil”.
Qual é o papel do Estado?
Ter instituições credíveis a nível militar, de segurança, de polícia, de tribunais, de representação diplomática, de segurança social, de educação e de saúde.
Todo este conjunto de instituições é composto por milhares de pessoas que devem demonstrar uma “consciência social e política” que dignifique o papel do Estado, e não simplesmente na ânsia de ocupar cargos e postos de funcionários da máquina do Estado. Claro que o Direito baliza estes comportamentos, mas isso não chega.
(A sociedade civil e os meios de informação tem de agir no marasmo político, denunciando, intervindo para que o Estado cumpra o seu papel).
O Estado é uma super estrutura que domina o resto da população, ou seja, os contribuintes que pagam e mantém o próprio Estado. A máquina do Estado é pesada e complexa, enfrentando o poder das instituições nacionais e estrangeiras.
O voto é soberano. Os cidadãos devem votar.
Em quem?
Nos partidos que apresentam os seus candidatos.
(Caro leitor, você pode escolher?!...)