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quarta-feira, 18 de junho de 2014

EUROPLOTIQUE: As relações diplomáticas entre Angola e Brasil.

O “Jornal de Angola” enaltece as relações políticas, diplomáticas e estratégicas entre o Brasil e Angola. Costuma-se dizer que o Brasil, não é um país, mas é um continente. Portanto, nesta relação existe uma “relação fraterna”, bastante diferente, entre um irmão maior e outro menor. Economicamente, o Brasil dispõe de recursos suficientes para estabelecer boas parcerias com Angola. No entanto, nos sectores da educação, saúde e transportes, o figurino do Brasil não é nada paradigmático para Angola. Não só, pela constatação visível da sua população, como também pela ineficiência brasileira nestes sectores. Aliás, são sectores, onde Angola dá passos certeiros e seguros para uma boa construção, mas cujo modelo não constitui uma ideia exemplar para Angola, ainda que este país se debata, num grau inferior, com os problemas de água, luz, saneamento e uma agricultura de subsistência. Se a classe média brasileira se afirma no seu estatuto, com direitos, deveres e impostos, a emergente classe média angolana deambula num percurso errático, que resvala na corrupção.
No campo agrícola, o empreendorismo brasileiro pode ser um contributo positivo. Todavia, as grandes empresas brasileiras, somente com o beneplácito do Estado, se aventuram em grandes projectos. Portanto, quer a nível de estruturas básicas, se exceptuarmos a agricultura e indústria agro-alimentar, e mesmo na emancipação das grandes indústrias e construtoras, o Brasil deixa muito a desejar. Ainda que o “Jornal de Angola” teça grandes elogios às parcerias entre o Brasil e Angola, elas carecem de uma fundamentação mais profunda e realística.
Historicamente, mais de 4 milhões de angolanos foram arrancados dos seus territórios para diferentes zonas do globo, mas bastantes para o Brasil. Os laços profundos que a história esconde, devolvem uma” legitimidade fraternal” ao relacionamento entre o Brasil e Angola.
Este “background”, historicamente escondido, nas suas raízes, conjuntamente com os novos laços que se estabelecem numa “linha de fraternidade”, auguram que as relações entre o Brasil e Angola atinjam um apogeu que se expresse no turismo, na investigação, nas ciências, capaz de eliminar totalmente a questão dos vistos.

EUROPOLITIQUE: Angola e "nuestros hermanos" - LES BRÉSILIENS




O mar calmo de Cascais devolvia-nos, com a sua aragem, a policromia  de elefantes embandeirados em palhetes de cores e motivos cromáticos.
Subitamente, a brasileira, encantada com a profusão de cores, evocou a mestiçagem do seu país, relembrando os angolanos como “autênticos irmãos”, relegando, para plano secundário, os lusos laços históricos.
O “Jornal de Angola”, na sua procura insana das “elites portuguesas”, destila o seu aroma azedo em contextos políticos, de parcerias esfumadas pela diplomacia arenosa, arremessando “pedras e pedrinhas” à janela do seu amor. Como jornal, associado ao poder, evoca, naturalmente, as esferas do poder, guindando-se, logicamente, às elites, às cúpulas, aos deuses. Todavia, estes “deuses de barro”, longe estão dos cabouqueiros que laboriosamente desenvolvem o seu trabalho. Aí, é que está a seiva das árvores que alimentam e fazem crescer as relações entre Portugal e Angola.
Certamente que esta "irmandade angolana com os brasileiros" recai na polarização típica dos esteriótipos, ao sabor dos argentinos, de “nuestros hermanos”, mas, que no contexto africano retoma a mesma reivindicação de aproximação aos europeus. Dito de outro modo, os argentinos são os europeus da América Latina. Será que os angolanos pretendem ser os “europeus de África”?
Ao lançarem “pedras e pedrinhas” à sua elite preferida portuguesa, retomam um “namoro” que faz lembrar os estereótipos argentinos. 
Angola tem a sua própria cultura democrática, em desenvolvimento, que se relaciona com outra cultura europeia, neste caso, a portuguesa. Mas, em vez de “pedras e pedrinhas” que só podem conduzir a muros de confronto e separação, é necessário alimentar as árvores com outros condimentos de salutar convivência.



EUROPOLITIQUE: Recordando "Platero y Yo" ....Juan Ramón Jiménez

  Na minha tenra idade escutava os poemas de “ Platero y yo” , com uma avidez e candura própria da inocente e singela juventude, que era o ...