Como dizia, um escritor russo, «a vida é um teatro, onde a
natureza sofre metamorfoses».
O projecto europeu é
um “jogo de cenários”- A entrevista de Santos Silva, ao Diário de Notícias e
TSF, traça cinco cenários, somente, compreensíveis numa lógica política. Os
três primeiros cenários são: exclusão, retrocesso e continuidade na exclusão e no
insucesso. Os três seguintes, (que não são cinco), são: integração (todos ao
mesmo tempo), todos mais alguns, e, alguns mais todos. Na nossa análise, a carência duma autêntica
lógica, caracteriza a fundamentação do projecto europeu, que atinge os Estados
e os cidadãos. Se, aliarmos este “jogo de cenários”, não devemos ficar
admirados com os “actores holandeses ou alemães” que saltam para a ribalta como
legítimos interpretes do projecto europeu, cujo fundo é exclusivamente
económico.
Santo Silva, refere que a história e a geografia fazem parte
deste cenário. A relação de Portugal com África e com o Brasil não pode escapar
aos “comandos europeus”. Portanto, a clarificação de cenários possíveis deste
projecto europeu não podem navegar à deriva, traduzindo a “desconfiança dos seus
cidadãos” e a” incerteza dos seus Estados”.
A continuidade num avançar (+) ou (-), integração (+) ou (-), soberania
(+) ou (-), carecendo de uma fundamentação mais ou menos sólida, cabe aos "actores políticos" e aos
anseios da população, "cidadãos euroeus".
Aquilo que determina a condução dos homens, como dizia
Wittgenstein, é a certeza.
Enquanto estas certezas não estiverem clarificadas estamos
muito longe do projecto europeu.