É evidente que Miguel Sousa Tavares usufrui de credenciais
suficientes para ser eleito “embaixador”, ao estilo de Eça de Queiroz, em
qualquer representação diplomática.
Conhecedor exímio de alta diplomacia, da média diplomacia, da baixa
diplomacia, e, sobretudo do “underground diplomacia”, os seus “respectivos
backgrounds” permitem-lhe uma radiologia neurológica daquilo que positiva e
negativamente emerge dos factos nacionais. Claro que dirimir argumentos de 2%
de produção vinícola mundial, com um país que exporta um milhão de garrafas por
dia é tarefa ingrata. Mais ingrata seria a sua assunção de tarefas diplomáticas
em qualquer 3.º andar do Palácio Cor de Rosa, com uma metralhadora de trás dos
arbustos dos seus jardins, que infelizmente faz lembrar a “narrativa
socrática”.
Qualquer “argumentação diplomática” pressupõe “pesos
pesados” que alimentem o seu discurso.
Certamente que o “ilustre embaixador” não lerá esta “tralha”
de comentário contraditório. Pessoalmente, também me ergo no muro das
lamentações. Os grandes passos estão condicionados pelos passos pequeninos, e ,
mesmos estes temos dificuldade em dá-los.
Todavia de Eça de Queiroz a Miguel Sousa Tavares, revirou-se o mundo e
os seus papéis. A inscrição, seja como escritor, comentador, ou, simplesmente
leitor, inscreve-se numa identidade que se envergonha em si mesma, dada a
dimensão do cidadão, do seu espaço de cidadania, ou, da sua ilusão de nação.P.S. Reconhecimento pela "poetisa", que do seu "Panteão", me faz lembrar "S. Panthéon", onde aprendi a escutá-la no "meu deserto".