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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

EUROPOLITIQUE: Os "Suezmax" da SONANGOL


Ao largo de Sines, em pleno mar Atlântico, chegava um robusto, avermelhado paquiderme, roçando suavemente as águas marítimas, com um carregamento de crude. “Este barco é angolano” – exclamava, surpreendido, um trabalhador.
A “imperial Sonangol” acaba de concluir o negócio de construção de dois navios “Suezmax” com a Coreia do Sul, líder mundial da construção naval, no valor de 140 milhões de dólares, operacionais em 2017.
Com a recente inauguração da unidade flutuante de produção, armazenamento e descarga, denominada FPSO CLOV, nada impede fazer recuar os investimentos da “Imperial Sonangol”, nem mesmo a volatilidade do preço do petróleo.
Destaca-se que, durante o ano de 2013,  a Sonangol transportou um total de 13.090.259 toneladas de petróleo bruto, em que os seus barcos da sua frota “Suezmax”  foram  responsáveis  por 83% destes carregamentos que teve como destino, sobretudo, o mercado externo; enquanto 17% foi transportado pela “Frota de Cabotagem”, cujo destino foi o mercado doméstico.
A Sonangol comercializou no mercado externo, durante o ano de 2013, um total de 285.681.033 barris de petróleo bruto, quantidade inferior em 9% face ao período homólogo.
Além disso, foram também transportados pela Sonangol um total de 8.547.994 toneladas de produtos refinados, assim como 421.837 toneladas de Gás Natural.
Em termos de destino das exportações, a China, pontifica como principal consumidor, com cerca de 42% das exportações da Sonangol em 2013, seguido da Índia (12%), USA (8%) e Taiwan (7%).
Torna-se evidente que o Orçamento Angolano para 2015 carece de uma rectificação já que as ramas angolanas foram comercializadas ao longo do ano de 2013 a um preço médio 107,79 dólares, ainda distante dos ambicionados 120 dólares da Venezuela para ano que desponta.
Apesar das carências na refinação de petróleo, e, na expectativa da abertura  da projectada refinaria do Lobito, a  Sonangol exportou um total de 980.234 toneladas de produtos refinados, representando um crescimento de 25% face ao período homólogo. Destacam-se destes produtos de exportação o gasóleo, responsável por 71%,  e,  a nafta com 21% do total das suas exportações.
A cidade de Luanda, com quase 6 milhões de habitantes é responsável pelo maior consumo de produtos refinados com, nada menos, de 2.906.543 toneladas métricas; enquanto que a cidade de Benguela atinge, somente, 397.230 toneladas, o dito enclave de Cabinda 255.793 toneladas, a província  Huíla 212.181 toneladas e a província do  Zaire com 170.919 toneladas, segundo o relatório da Sonangol, relativamente ao ano de 2013.
A capital de Angola, a grande metrópole,  representa 10 vezes mais do que a média de qualquer cidade equivalente no contexto económico e no território angolano.

EUROPOLITIQUE: A "Guerra Fria" do Petróleo e a Rectificação do Orçamento Angolano.



Antes de qualquer imposto, a Arábia Saudita consegue tirar petróleo a 2 euros dos seus poços. Multiplicar por 50 vezes este preço do Bent está ligado à panóplia dos impostos, dos transportes, das companhias e, claro, da política dos Estados. A evidência destes enormes retornos financeiros faz com que a planificação futura da Sonangol calibre uma fasquia de 30 dólares do Brent para os seus investimentos futuros, para não falar da Venezuela, país em que atestar o depósito é de uma normalidade habitual.
Além das peripécias económicas ajunta-se a guerra política.
A aliança entre a Arábia Saudita e os Estados Unidos parece mais que evidente por causa da Ucrânia, de tal forma que a moeda russa já sofreu uma desvalorização de 20% face ao dólar e ao euro.  Além disso, a Rússia é o terceiro produtor mundial de petróleo a seguir à Arábia Saudita e aos USA; por isso, o golpe é duplamente eficaz.
Se o Brent em Londres e o WTI em Nova Iorque se encontram abaixo dos 60 dólares, tal fasquia se deve à manutenção de extracção de petróleo por parte da Arábia Saudita,  forçando a OPEP, que controla 30% da produção mundial, a não intervir no preço do petróleo.
Juntamente com esta “guerra política” camuflada, a economia mundial encontra-se em recessão, de tal forma que o consumo global e mundial favorece este tipo de “guerra fria” do petróleo.
Certos países entrarão nesta roleta e espiral da volatilidade do petróleo. Por razões políticas o Irão; por razões económicas a Venezuela que elaborou o seu orçamento na base dos 120 dólares por barril de petróleo. Sem dúvida que certos países africanos terão de rectificar os seus orçamentos de Estado, como parece ser o caso de Angola. A economia ocidental poderá beneficiar com esta “guerra fria” do petróleo, mas os incertos tempos da economia mundial não auguram bons dias de continuidade.
Entretanto, as bolsas dos Estados Árabes decrescem a olhos vistos: a Bolsa da Arábia Saudita, a Bolsa d’Abou Dhabi (2.ª), a Bolsa do Qatar, a Bolsa do Koweit, a Bolsa do Baharein, a Bolsa de Mascate, entre outras. 

EUROPOLITIQUE: Recordando "Platero y Yo" ....Juan Ramón Jiménez

  Na minha tenra idade escutava os poemas de “ Platero y yo” , com uma avidez e candura própria da inocente e singela juventude, que era o ...