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terça-feira, 1 de maio de 2012

Ten years ago- PORTUGAL



Ten years ago – PORTUGAL




As últimas medidas sociais e económicas fazem retroceder Portugal em dez anos para trás, ou, por outras palavras, a sua estagnação condiciona que o seu desenvolvimento permaneça numa certa imobilidade regressiva face aos avanços conseguidos.

Quando, à vinte anos, se defendia a venda dos Estaleiros de Viana do Castelo, “o imobilismo de Belém” repercutia a sua sonoridade nos soturnos paços do Palácio.

Não bastou a história da Lisnave para que os analistas económicos despertassem para esta realidade, ousando repor o preço de hora, dez vezes mais caro, que os asiáticos. Claro que a demonstração exemplar deste caso não ilustra a totalidade da realidade portuguesa, somente é um epifenómeno.

Todavia, tenho a impressão que os portugueses nunca pensaram que iriam pagar caro as benesses da Europa, mas aí está a crise para demonstrá-lo.

Aliás, nunca partilhei que o sonho do “Eldorado” europeu, defendido pelos elementos soaristas e outros dos soturnos paços de Belém, seria um “novo Brasil”. O povo, mais popular, simplesmente diz: “ninguém dá nada sem obter qualquer coisa em troca”.

Assim a “nossa troca” é uma hipoteca que recai sobre a nossa incapacidade de fazer frente aos desígnios que nos eram propostos.

Qual rumo?...........................................................(Submissão!...)

Qual ambição? .....................................................(Dependência!...)

Qual protagonismo?..............................................(Aniquilamento!...)

Por isso, além dos impostos europeus que surgiriam sobre as nossas cabeças, de uma forma ou outra, o menosprezo pela identidade da economia nacional traduz uma dura realidade que aflige todo o mundo português.

A produtividade nacional, cujas raízes de insucesso podem ser imputadas à débil e fraca capacidade de gestão alia-se à falta de competitividade de um exíguo mercado que não soube adaptar-se à dinâmica da globalização.

Os pequenos países tem de desenvolver uma lógica política e económica que os torne atractivos nas suas dimensões de projecção mundial. Não basta ter um trombeteiro como foi o caso da Líbia, apesar da sua riqueza petrolífera.

Se às deficiências congénitas nacionais se junta a impossibilidade de mexer no papel moeda, a possível autonomia e soberania fica refém de outros interesses, ou, baloiça no vaivém e vaivém de interesses de outros países.

O sonho europeu esfumou-se na ambição de sermos europeus numa Europa espartilhada pelos interesses, não dos povos, mas da classe capitalista que os domina. O euro é uma criação simplesmente económica, que politicamente não serve a Europa.


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