No seu ponto de vista, (artigo do
espanhol no “Jornal de Notícias) a defesa de que o “socialismo” tem uma “visão
estatista”, em que aquilo que se pedia a ”Deus” na Idade Média, modernamente se
transferiue e “pede” ao Estado, tem a sua razão de ser.
Mas, mais intimamente na
profundeza “estatizante” do Estado socialista, está a filosofia de Hegel, que ainda
comanda muitos pressupostos desta visão, incarnada pelo socialismo, ou, outros
modelos sócio-democratas (para não dizer, a "filosofia política" alemã).
Não haja dúvidas, que o “modelo de
Estado” em que a ligação entre “direitos e os deveres” dos cidadãos tende a
desaparecer. Esta lacuna deve-se à falta de “autonomia do cidadão” (de dizer até ao próprio
Estado, que opta por outro), e, ao exercício do “monopólio do Estado”
(autoridade, monopólio da violência,
impostos, máquina fiscal), conceitos que exprimem a dialéctica de Hegel
entre a falta de identidade entre “senhor” e “escravo”.
“IN EXTREMIS”, acontece o
seguinte: “se tens dinheiro -
safaste”; se és pobre – sofres com “processos de incriminação”,
humilhação, etc...”.
É que nesta lógica, de um Estado
a quem o “grosso dos cidadãos” reivindicam “bens materiais", tendo esse mesmo
Estado uma “máquina fiscal” para exercer a sua "autoridade materialmente",
esquece, por vezes, outros “aspectos sociais, cívicos, ou, mesmo espirituais”, com a invasão
da privacidade desse mesmo cidadão ou contribuinte, procurando roubar-lhe a sua "autonomia,
independência, ou seja, o uso da sua propriedade".
Se, no seu ponto de vista, (deste autor espanhol) este “modelo de Estado” conduz à
"bancarrota do próprio Estado", ao seu "endividamento crónico", na medida em que os
cidadãos "fazem fé em promessas das quais pensam ser credores," porventura, o real e verdadeiro problema
reside na falta de “capacidade e autonomia dos indivíduos”; ou seja, em assumir em
consciência e plenamente os seus direitos e deveres, face ao Estado e, sobretudo, face a si mesmos.
A sociedade é composta por um
conjunto de indivíduos.
Poderão existir indivíduos que
usufruindo de “possíveis credenciais de outro Estado”, ousem dizer que são
vítimas de “processo de incriminação” do seu próprio Estado, já que as
sociedades são, hoje, mais complexas e, infelizmente, compostas de “homens bons” e “homens
maléficos”.
Enquanto não dermos aos “cidadãos” as ferramentas “materiais e cívicas”
(com ou sem isenções fiscais, que são “boas e más”); os aspectos de riqueza
social e espiritual caminharão para o abismo.