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terça-feira, 8 de outubro de 2019

EUROMARROQUINO: De ALFAMA até MARRQUEXE

 

Por vezes, enganam-nos as perspectivas das ruas marroquinas, quando debaixo do nosso olhar se abrem as ruelas de Alfama. Parece que saímos de um cruzeiro de origem estrangeira. Como "nacionais" não valorizamos a nossa antiguidade e a nossa história. Por lá passamos, várias vezes, lamentando a sujidade das suas ruas e o desconforto da sua vizinhança. Mas,  hoje, o cheiro a rosmaninho e a fado, a turismo e a "goesas" casquilharias ultrapassam a velharias de outrora, onde as ruas nos conduziam somente à Sé e à "Feira da Ladra". Por isso, em nós ainda soa e ressona a mítica cidade vermelha do deserto. Lá longe no deserto, acorda do seu sonho do monte Atlas,  Marraquexe. Com o vermelho pintado no solo, nas casas e no jovem peito, Marraquexe, (em que o verde desbotoa nos verdes campos que se afloram na nova agricultura), presta homenagem no seu "brilhante azul" a Yves Saint Laurent.  Por isso, o seu verde jardim rebenta de pujança, de luxúria e abundância tal como a sua moda e a sua dança de vestidos vaporosos e transparentes. Junta-se a criação e o seu criador. Soltam-se os lamentos e os murmúrios de califas encantados com serpentes e damas abastadas em festins. Já que Marraquexe não chora por mim, mas, por ti - Yves L. - lamento-te sem fim.

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