Enquanto o Governo Angolano acerta agulhas com os novos
investidores que chegam da China, Israel, Coreia do Sul, Emiratos Árabes, a
nova “Belmira” de Angola, Isabel dos Santos inaugura o seu terceiro
hipermercado, em Viana, em cuja lista estão dez. Mas, a argúcia do negócio
caminha pela procura de novos acionistas, onde desponta o seu capital
investido. A emergência da economia de mercado, à qual o Governo parece alheio,
desenvolve-se pela iniciativa privada, fazendo fé no desenvolvimento
capitalista, contrária à planificação estatal, em que dos 35 milhões de
hectares de terra arável e fértil para a agricultura, somente 5 milhões de
hectares encontram alguma saída, ou, produtividade. Ou seja, menos de 10% da terra fértil e arável de Angola é aproveitada para os seus 26 milhões de habitantes, com grande escassez de produtos agrícolas.
A famosa refinaria de Lobito, por quem os congoleses e
vizinhos anseiam, encontra-se no ideal da sua concretização, para não falar da
refinaria de Luanda, que obriga a gastar 180 milhões mensais de dólares em produtos
refinados. Se, o negócio do contrabando de gasolina e gasóleo é uma realidade com
os negociantes do Congo, repletos de kwanzas, a “economia formal” carece de
receitas que lhe são sonegadas por esta atividade.
Mas, este duelo entre a iniciativa governamental, presa nas
suas amarras, contrasta com a rapidez de mudança de estratégia que se desenha
na atividade privada.
O tempo urge, os acordos são complicados, mas a falta
definição daquilo que é privado, e, daquilo que é público; melhor dito, o
excessivo peso do Estado arrasta-se com o principal obstáculo de
desenvolvimento económico angolano.
P.S. "Creio que chegou a hora de abrir o capital e receber novos accionistas”, concluiu. ("Ipsis verbis" In Egipto, 13-12-2017)
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