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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

QUINTA COLUNA: "Os portugueses levam-se muito a sério" - Redacção do Jornal Público

 


No livro “Civilização da Imagem” retracta-se o conflito entre um marinheiro e  um oficial da marinha, em duplo sentido.
Enquanto que  o marinheiro na USA NAVY  é tratado, democraticamente; num caso de averiguação e sentença; numa situação idêntica na “Armada Portuguesa”, o luso marinheiro acarreta com a culpabilidade «in toto», ou seja, na sua totalidade.
Esta exemplificação estava reservada para o regime anterior ao 25 de Abril, mas as mudanças de mentalidade demoram anos.
O sentido autoritário e autocrático ainda permanece em muitos estratos das camadas sociais portugueses. Estes “resquícios autoritários”, de infeliz competência, permanecem ainda em certas mentalidades.
O chamado “capital cultural das famílias portuguesas” que deve implicar alguma competência, responsabilidade e exigência esbate-se com “formação” e “educação” dos seus agentes.
As diferenças culturais dos emigrantes do Leste são visíveis a nível universitário.
Este “underground” cultural tem sido ultrapassado, passo a passo, culturalmente; sendo visível numa juventude mais bem formada.
Dizer que “os portugueses se levam muito a sério” pode ser uma frase jornalística, de pura retórica. Porventura, às vezes, os portugueses exaltem muito o seu “eu”, mas como afirma José Gil é totalmente o inverso.
O chamado “chico esperto”, ou, a ausência de incrustação, de se assumir plenamente caracteriza muito os portugueses.
Os portugueses deviam levar-se mais a sério nos seus “direitos e deveres”, no seu “espaço de cidadania” e na sua “afirmação com os outros”.
Deviam ter mais “certezas” daquilo que são, daquilo que valem e daquilo que podem fazer.
O chamado “déficit de confiança” dos portugueses, faz-me lembrar o “longínquo aviso” de um Secretário de Estado Americano, em frente ao mosteiro dos Jerónimos:
-  “Vocês, foram capazes de fazer isto”.
O País do “Uno” da política, do cómico, do "economista", do jornalista – ( DA IMAGEM) -, daqueles que ousam concentrar a “totalidade” -  “in toto” -  na sua imagem, na sua personalidade, procuram obscurecer que a “obra e a epopeia” foi feita por pedreiros e navegadores que desconhecemos.

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