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domingo, 7 de dezembro de 2014

EUROPOLITIQUE: O Barril de petróleo na economia de Angola


Se a Arábia Saudita anuncia que mesmo que o barril de petróleo atinja os 60 dólares em nada afecta a sua economia, situação idêntica certamente causará grandes prejuízos ao funcionamento da economia angolana. Com uma economia dependente das receitas petrolíferas na ordem dos 80%, Angola certamente encontrará graves problemas económicos com a descida de petróleo, tendo em conta determinadas ambições a nível da criação da Bolsa de Valores.
A cotação das empresas angolanas, cujo universo já ultrapassa as 15 mil empresas, das quais muitas ainda se encontram numa fase de iniciação e formação, excepção feita à Sonangol, enfrentam sérios desafios de consolidação no sistema bolsista.
O sector primário, relacionado com a agricultura e agro-indústria carece de um grande impulso, quando infelizmente ainda prospera muita economia de subsistência e de mercado informal. Somente 30% dos produtos comercializados pelas grandes superfícies, que começam a proliferar em Angola, são de origem angolana.
Portanto, petróleo, formação de capital e produção são três campos de batalha que constituem uma encruzilhada para a economia angolana.
Além disso, a jovem população de Angola está a aumentar e coloca, não só, uma pressão muito forte no processo educativo e no mundo do trabalho, como também, no domínio do acesso aos recursos: habitação, alimentos, água e uso dos solos.
Passar pela experiência de visitar uma capital de um país africano, sem um único centro comercial, é sentir uma sensação de “era do vazio”. Felizmente, Angola caminha para o processo de integração das sociedades de consumo e bem-estar que caracteriza os países desenvolvidos. Após o incremento das superfícies sul-africanas, quer em Moçambique, quer em Angola, as iniciativas nacionais e estrangeiras começam a florescer dando origem a autênticos centros comerciais, mas cujos produtos são somente, ainda, na ordem dos 30%. Produção, inovação e comercialização constituem desafios superáveis que Angola tem de enfrentar para que a descida do barril de petróleo não cause grandes prejuízos na sua economia.

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