A abertura das empresas angolanas ao mundo dos capitais, numa fase ainda incipiente de iniciação e formação, em que o papel do Estado é demasiado importante, carece de uma fundamentação sólida de evolução do desenvolvimento intrínseco à sua actividade.
O débil universo destas empresas
que se encontram na fase de formação, ainda não atingirem o ponto de maturidade
que dê confiança aos seus potenciais investidores, ainda que o seu horizonte se
aponte como promissor.
É claro que passar de uma
economia planificada, em que o Estado se assume com um papel essencial de
protector, para uma economia de mercado, de livre concorrência e afirmação
empresarial implica uma gestão de
autonomia no seu processo de desenvolvimento e consolidação.
Não haja dúvida que a segmentação
industrial e empresarial em áreas como o petróleo, o gás, a electricidade, as
águas, o saneamento, os transportes viários, ferroviários e aéreos, e demais sectores susceptíveis de
privatização implicam uma gestão adequada aos processos financeiros e
bolsistas, sem que a tutela do Estado seja demasiado protectora ou sufocadora. Outro tipo de empresas como construção civil, bancos, indústria de diamantes e mármores, bebidas, serviços e informática serão susceptíveis de uma entrada imediata em bolsa.
A criação de autênticas empresas
“de bandeira” ou com “insígnia nacional” necessitam de uma blindagem que as
proteja dos ávidos interesses bolsistas. E, que, uma vez que estas empresas
exibam um grau confortável de autonomia e independência não sejam objecto de
pura especulação estrangeira, deixando órfão os interesses nacionais.
No mundo da globalização e da
economia virtual, os interesses nacionais devem ser salvaguardados dos
arrivistas especuladores, que subvertem quaisquer regras económicas para
exibirem o puro lucro financeiro, sem respeito pelos trabalhadores ou das regiões
em que se inserem.
Sem dúvida, que a passagem para o mundo do mercado e do funcionamento do
capital é uma etapa que aguarda o contexto económico de Angola para se inserir
na senda dos chamados países desenvolvidos. Todavia, o preço e êxito desta
iniciativa depende das bases em que se alicerça esta formação que pretende
correr riscos num mundo tão volátil, como é o mundo dos capitais.
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