As palavras de Barack Obama ao novo embaixador de Angola
nos USA são gratificantes, não só no contexto internacional e sobretudo na
região do Sudoeste Africano, como também no reconhecimento a nível nacional.
Este presumível elogio do processo angolano, contrasta com
a “perspectiva de funil” em que se tecem as relações entre Portugal e Angola,
não só ao nível da percepção do senso comum, como também na propaganda
jornalística, que resvala, muitas vezes, na “crónica negra”. Claro que os
processos de emotividade deste relacionamento são fortes e tensos, de tal forma
que se esquece o papel de “país charneira”, que Angola desenvolve no Sudoeste
Africano, e correlativamente internacional. Afunilar a relação de Angola com
Portugal num único sentido de relacionamento é minimizar a autonomia deste país
africano nas suas relações com o mundo e diminuir o seu papel na cena mundial.
Todavia, apesar de salientar que “após mais de
20 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países é
notório o volume de negócios, cujas transacções cresceram significativamente, o
que é visível pelo número de companhias americanas que operam em Angola,
nomeadamente nos sectores de óleo e gás”, (ipsis verbi de Barak Obama!...) aliás, Maio de 1993, há que destacar
que os interesses americanos se resumem ao petróleo e ao gás. As empresas
americanas, na sua generalidade, não arriscam no contexto africano, que além
dos processos sociais e políticos, tem que suportar os custos africanos, da
ordem dos 20% relativos a qualquer investimento. Por isso, a política chinesa,
que detém 200 mil chineses em Angola, aplica um processo de relacionamento
bastante diferente da política americana.
Importa salientar que cada vez mais que Angola afirma a sua independência
e autonomia começa a construir bases sólidas para o desenvolvimento de um diálogo
político com os outros países.Embora o "Jornal de Angola" titularize que "Barak Obama elogia Angola" não quer dizer que os americanos estejam totalmente de acordo com Angola, já que existem situações "mal solucionadas" no campo dos petróleos e gaz, e de certos direitos!...
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