Desbarata a função e o papel, o recente parlamentar
europeu Marinho, dado que a respectiva instituição não tem iniciativa
legislativa, nem o salário é compatível com tal função. Mero corredor
parlamentar das directrizes do seu presidente, nada justifica a função de deputado
que se resume às mordomias de um salário, e, que ofende a dura realidade dos
portugueses. Longe das pretensas ambições dos funcionários do “Palácio Cor de
Rosa” que sonhavam com tais regalias. Como pretenso político, as “considerações
de Marinho” (antena 1) estão longe da humilde tarefa de antigos deputados
europeus/portugueses que disputavam um lugar de catre, ou, de uma dormida
saudável, na ambição das suas pretensas poupanças ou economias. (Aliás, o salário de Marinho triplicou face à sua fase inicial).
Todavia os “considerandos de Marinho” (entrevista, antena
1) estão longe da ambicionada “cidadania europeia”. Se, a nível dos “direitos”
aparecem consagradas algumas directrizes, a nível dos “deveres” nada surge como
obrigação.
A consciencialização da “cidadania europeia” está a milhas
de distância da “consciência americana” na sua noção de cidadão. Por isso, esta
grave contradição não só vai de acordo com os “considerandos de Marinho”, como
na prática, a negação dos direitos de “cidadania europeia” é uma realidade
atroz. Exemplo concreto e exaustivo é aquilo que acontece com os acordos de
segurança social. Habilmente, os estados mais poderosos descartam-se dos
direitos e obrigações com os ditos “cidadãos europeus”.
A frase de M. M. Carrilho: “uma idealizada cidadania
europeia que ninguém pratica” (D. N. 02-10-2014), sintetiza magistralmente a
triste realidade europeia naquilo que constitui o cerne da Europa.
Se, a “cidadania europeia” é meramente uma “figura de estilo”, que nada
diz à consciência dos “ditos cidadãos europeus”, e, legalmente lhes é negada (não cumprimento das regras comunitárias), existe
um vazio que somente a “força”, por vezes, preenche quando o medo da guerra
invade o seu espaço. Efectivamente existe um espaço físico, ou seja, um território,
que não é preenchido pelo seu espírito guerreiro. “Tudo vale a pena, quando a
alma é pequena”, diz o poeta. Onde está
a “alma”, ou, o espírito que deve alimentar esta cidadania?
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