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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

EUROPOLITIQUE: "Uma idealizada cidadania europeia que ninguém pratica"




Desbarata a função e o papel, o recente parlamentar europeu Marinho, dado que a respectiva instituição não tem iniciativa legislativa, nem o salário é compatível com tal função. Mero corredor parlamentar das directrizes do seu presidente, nada justifica a função de deputado que se resume às mordomias de um salário, e, que ofende a dura realidade dos portugueses. Longe das pretensas ambições dos funcionários do “Palácio Cor de Rosa” que sonhavam com tais regalias. Como pretenso político, as “considerações de Marinho” (antena 1) estão longe da humilde tarefa de antigos deputados europeus/portugueses que disputavam um lugar de catre, ou, de uma dormida saudável, na ambição das suas pretensas poupanças ou economias. (Aliás, o salário de Marinho triplicou face à sua fase inicial).
Todavia os “considerandos de Marinho” (entrevista, antena 1) estão longe da ambicionada “cidadania europeia”. Se, a nível dos “direitos” aparecem consagradas algumas directrizes, a nível dos “deveres” nada surge como obrigação.
A consciencialização da “cidadania europeia” está a milhas de distância da “consciência americana” na sua noção de cidadão. Por isso, esta grave contradição não só vai de acordo com os “considerandos de Marinho”, como na prática, a negação dos direitos de “cidadania europeia” é uma realidade atroz. Exemplo concreto e exaustivo é aquilo que acontece com os acordos de segurança social. Habilmente, os estados mais poderosos descartam-se dos direitos e obrigações com os ditos “cidadãos europeus”.
A frase de M. M. Carrilho: “uma idealizada cidadania europeia que ninguém pratica” (D. N. 02-10-2014), sintetiza magistralmente a triste realidade europeia naquilo que constitui o cerne da Europa.
Se, a “cidadania europeia” é meramente uma “figura de estilo”, que nada diz à consciência dos “ditos cidadãos europeus”, e, legalmente lhes é negada (não cumprimento das regras comunitárias), existe um vazio que somente a “força”, por vezes, preenche quando o medo da guerra invade o seu espaço. Efectivamente existe um espaço físico, ou seja, um território, que não é preenchido pelo seu espírito guerreiro. “Tudo vale a pena, quando a alma é pequena”, diz o poeta.   Onde está a “alma”, ou, o espírito que deve alimentar esta cidadania?

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