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segunda-feira, 9 de setembro de 2013
EUROPOLITIQUE: O Sonho da Habitação em Angola
O “Jornal de Angola” abre o seu noticiário de 09/09/2013 com o título “preço da habitação baixou em Angola”.
As novas centralidades de Luanda parecem que permitiram a alguns angolanos realizar o sonho da casa própria. Se a Grécia regista 73% da sua população com casa própria, e Portugal está na ordem dos 70%, de forma idêntica o sonho dos angolanos divaga e orienta-se neste sentido. O facto de existirem muitos e vastos proprietários é uma das formas de rendimento do Estado, e, sem dúvida, de inserção social. Claro que os vários sectores da sociedade sempre quererão manter o seu estatuto e posição social através do uso e domínio da propriedade. O fenómeno angolano da habitação e o impulso dado pelo Estado fez com que o mercado das habitações de dois e um milhões de dólares passasse para os 500 mil dólares, ainda que o mercado do arrendamento de vivendas se situe ainda nos 1.500 a 2.500 dólares. Face a esta contingência, as agências imobiliárias desesperam do negócio, pretendendo uma melhor organização, ainda que usufruem de percentagens na ordem dos 10% nas suas comissão de vendas.
Todavia, a realização do sonho de casa própria implica pagamento de impostos, condomínio, consumos e encargos bancários que exigem uma sociedade organizada e planificada. Se nos cingirmos ao sector educacional angolano, os salários mínimos são da ordem superior a 250 dólares/mês até à categoria máxima, no ensino secundário, da ordem superior a 2.500 dólares/mês (fora os impostos), cujo pagamento é feito através do sistema bancário, mas que origina muitos abandonos nas zonas mais recônditas. Claro que os custos das habitações fornecidas pelo Estado angolano, na sua tabela inferior de qualidade e tipologia, implicam um pagamento médio de 500 dólares/mês. A maioria dos angolanos não atinge este nível salarial. Além de uma elite de vastos recursos financeiros e económicos, nas melhores das hipóteses, Angola deterá 6 milhões de pessoas com alguma capacidade aquisitiva de bens e serviços. Neste universo de 6 milhões de pessoas, somente perto de 1.800.000 angolanos terão capacidade financeira para aceder ao consumo normal de bens e serviços, mas certamente que os meios estatísticos governamentais terão dados suficientes para o cálculo de tais situações.
Ainda que os preços da habitação tenham baixado em Angola, o caminho é longo, para que a realização de casa própria para a maior parte dos angolanos seja uma realidade, sobretudo numa capital que se exibe nas cidades mais caras do mundo.
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