Quando olho e falo com um vizinho do lado, oiço dizer que a propriedade ao lado, com 20 ou 30 hectares, está sediada num «off-shore» de Gibraltar, e, que não se sabe se paga impostos ou não, cujo usufrutuário é um estrangeiro asilado por tais alcantis; de forma que esta história real me faz lembrar uma seguradora empresarial que não estava interessada na retenção de fundos, já que eles não atingiam o valor desejada por certas empresas financeiras.
Claro que quando se fala de economia em grande escala, de produtos financeiros, de agências, de fundos, de “off-shores” gira-se num mundo de neblina, no qual os simples cidadãos são, muitas vezes, espoliados das suas parcas economias; e, no qual uma “nata agiota” navega nos seus proveitos, e na evasão fiscal.
As entidades susceptíveis de dar alguma credibilidade ao sistema financeiro são, sem dúvida, os estados ou governos que sistematicamente castigam os mais indefesos cidadãos. E, segundo parece os USA estão na calha de lançar algumas iniciativas no combate aos fraudes abusivos, secundados por uma certa letargia europeia.
Um dia, o célebre político Mário Soares afirmava que “era necessário um novo Marx”. Antigamente as contradições sociais situavam-se ao nível do território nacional. Modernamente, as formas de capitalismo desfazem totalmente zonas territoriais, com subtis manobras financeiras em que os estados ficam simplesmente a “ver navios”. E, “estes navios” carregados de massa financeira aportam e levantam de porto em porto, conforme a sua passagem permite arrecadar mais valias. Aliás, os novos corsários passeiam-se em outras naves espaciais, quase ao ritmo cibernético das suas transacções.
Mas, para colmatar esta ideia peregrina parece que o governo espanhol acaba de encaixar impostos sobre 87,7 mil milhões de 130.000 contribuintes e 1.5000 empresas, cuja residência fiscal fica em Espanha, e que representa nada menos de 8,3% do seu PIB. No caso português, apesar de não deter a “bem sabida expansão espanhola”, aguarda-se que a clarificação dos números forneça alguma verdade contributiva, se a Suiça, Áustria e Luxemburgo aderirem à questão.
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"Só as três dependências da coroa britânica [Caimão, as Ilhas Virgens Britânicas [BVI] e as Bermudas] providenciaram $332,5 biliões de financiamento para a City, a maioria não taxado".
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