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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
O MEDO DE COEXISTIR. 2
Felizmente ou infelizmente não nasci na pátria de Lutero, Gutemberg, Kant e Hegel que condimentam o sangue alemão, e nos olham de soslaio, talvez, numa perspectiva de incultos e pobres.
Infelizmente ou felizmente nasci num País que apesar de me garantir uma “personalidade jurídica” objectiva, tenho a concorrência de seis indivíduos, exibindo o “estado de natureza” do século XVII, para citar John Locke. Ou, melhor, nasci num País de poetas, navegadores e emigrantes, onde a errância parece comandar a sua identidade, recordando José Gil.
Mas usufruindo destas lógicas de “personalidade jurídica” e da “coexistência europeia”, pessoalmente já paguei ao Estado Alemão, e este Estado, indirectamente, pagou-me a mim.
Quando José Gil fala de uma “lógica economicista do Estado Português”, acho que tem razão. Até o grande e idealista filósofo Platão concordaria com ele!...
Se, por acaso, estiver num país, onde apesar de ter um cartão de caixa automática não puder utilizar o seu dinheiro, não sei qual será a sua sensação. Como já passei por este episódio em Portugal, imagine o meu desespero!...
Isto vem a preceito que a nossa coexistência, por vezes, não é fácil, quer individual, social e politicamente.
Embora a base da existência se fundamente no dinheiro, não é só o dinheiro, a única variante sociológica.
É o dinheiro e os meios.
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