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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
O MEDO DE COEXISTIR
Gosto de ouvir José Gil quando ele afirma que agora é “o medo de não-existir”. O que levado ao “extremo do individualismo” leva à sua “última consequência”. José Gil não é um filósofo da “filosofia social e política”. Mas, todavia é um mestre que merece todo o respeito.
Como alguém diz, “vivemos em sociedade e devemos coexistir todos”. A “lógica do Estado” e a “lógica do indivíduo”, na concepção de Hegel, ainda permanece válida e com bastantes princípios.
Portugal coexiste com a Europa, mas o medo e receio desta coexistência implica conceitos críticos das suas identidades, sejamos pobres ou ricos. Deste modo, Portugal não é uma entidade autónoma, tem direitos e deveres, a exigir e a cumprir, e, se evocarmos Hegel existem alternativas dos seus princípios lógicos.
No caso interno de Portugal, o medo de coexistir, implica uma lógica do Estado e uma “possível afirmação do indivíduo”. O Estado democrático é representativo, tem poder, mas tem o dever de dialogar com os indivíduos. Os indivíduos organizam-se em sociedades, em grupos, em sindicatos, digamos, constituem a “sociedade civil”, que tem peso e poder e que deve dialogar com o poder “autocrático do Estado”.
Por isso, “o medo de não-existir”, levado à última consequência, negando a possível “personalidade jurídica”, dentro do Estado Português, nunca pode ser absoluta. Primeiro, porque Portugal está na Europa; segundo porque milhões de “cidadãos portugueses” usufruem de “personalidade jurídica” em vários países do mundo. Não só coexistimos na Europa, mas como país de emigrantes somos também cidadãos do mundo.
É este mundo organizado e desorganizado em que rodopiamos, muitas vezes, como simples objectos, onde não encontramos a nossa coexistência.
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