Muito antes de célebres economistas que se ilustram na televisão nos últimos anos, anunciávamos, sem grandes conhecimentos económicos, advogando que o modelo económico, o tecido empresarial e demais situações deste rectângulo à beira mar plantado, a que designámos de porta-aviões, se estava a afundar.
Não eram profecias de mau agoiro, mas pressentimentos de uma realidade que cada vez mais escapava à dupla sociedade europeia, ou seja à “Europa dos cidadãos” e à “Europa dos políticos”.
Os portugueses sempre pagaram caro a sua liberdade económica, que muitas vezes, passa pela liberdade social e política. E, certamente estão dispostos a pagar ou a comprar a sua liberdade.
Globalmente falando a sua bandeira foi sempre o trabalho, quer na Europa, quer na América. Esta bandeira, não é somente um símbolo, mas cria sombras e raízes que permitem uma fundamentação, não só nos elogios de uma humilde “selecção” portuguesa, mas vínculos de profunda amizade entre povos.
Os cépticos da economia advogam a saída da moeda europeia. Mas o epifenómeno deste Verão desmente que a crise se arvore em bandeira.
Todavia esta bandeira multicolor, com ou sem estrelas, sem ou com visitas de “reis magos”, sustém-se como pano de fundo de que estamos incrustados na moeda europeia , e que o suor de muitos portugueses aquece o cepticismo de muitos economistas. Parece, para alguns, que o lirismo se instalou no “porta-aviões” que se vai afundando. Todavia para lá da realidade económica estendem-se mares de ligação que permitem que estejamos ligados à “Europa dos cidadãos”.
Nesta “Europa dos cidadãos” que não fala na televisão e nos jornais existem uma vontade colectiva que a “Europa dos políticos” não encontra junção ou união. Esta força oculta e vigorosa do trabalho e da comunhão expressa que um dia mostrará a sua razão. O tempo e as suas contradições jogam no movimento da sua expressão.
“Há vida para lá da crise”, dizia alguém. Fazemos parte desta escada, embora sejamos o último degrau dela, sempre tive consciência disso, e, os "meus direitos europeus" não os vendo por qualquer moeda. O "Euro" não é uma conquista dos economistas e dos políticos, é o suor dos povos.
Mais, o "Euro" é a nossa identidade perante o mundo.
Por isso, adoro ouvir dizer os americanos: "e vós, europeus!..."
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