A máquina do Estado implica nada menos de 5.000 pessoas envolvidas nas suas engrenagens. A avidez grassa em qualquer partido!...
Pedir ao povo que vote, não chega. O povo não está devidamente esclarecido, vive na penumbra e escuridão, e lamenta-se com a crise.
Votar neste ou naquela partido, sem a credibilidade dos seus personagens, é alimentar a engrenagem dos 5.000 funcionários que estão na engrenagem da máquina. Esta teia de “funcionários políticos” anseia pela carne dos seus privilégios, direitos e regalias.
Por outro lado, praticamente estamos sozinhos frente à globalização e aos nossos parceiros europeus. Olham-nos, como sempre, para lá dos Pirinéus “aquilo é África”.
Portanto, qualquer estrutura partidária terá de lidar com a colocação dos seus peões para organizar e sustentar esta máquina estatal.
Se a justiça tem as lacunas que tem, se o poder policial navega nas contradições do sistema legislativo, se o poder tem de lidar com as instituições que o compõem, não basta que haja somente um acordo entre a “sociedade civil” com a desprestigiada “sociedade política”. É necessário que "o papel" que cabe ao Estado seja apresentado com clarividência, sobretudo no nível económico, para que a “sociedade civil” dê o seu contributo nas situações que lhe cabem.
“Governar é difícil”, alguém dizia com funções administrativas, mas apesar de um país pequeno, com défice, dívida e desemprego, ou seja, os três “d”, contrários ao 25 de Abril, cabe aos portugueses encontrar as soluções para os seus problemas.
“37 anos passados do 25 de Abril de 1974”, a desilusão não pode dar azo à descrença, como diz Pessoa “tudo vale a pena se a alma não é pequena”; e, o 25 de Abril 74 foi grande, dentro e fora do País.
Com a moeda única – o euro - que não permite a “desvalorização da moeda” e a “adesão aos sistemas de inflação”, estamos num mesmo barco europeu, onde temos de falar a mesma “linguagem” (seja ela económica), e reconstruir o barco, apesar das suas pranchas falharem aqui e acolá, mas temos de continuar a navegar, sem os riscos de afundar a embarcação.
Se a “classe política” não tem a ousadia de esclarecer os portugueses, de apontar metas e percursos, de definir objectivos, então que sejam as instâncias internacionais a entrar no processo de ilustração que o povo carece.
O povo português sempre esteve habituado a fazer das tripas coração!...
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