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domingo, 31 de outubro de 2010

Uopia.2 - Instante GOOGLE

Instante GOOGLE.
Tranquilamente saboreava a doce brisa que me bafejava na varanda da rua Faria de Guimarães, quando de forma rápida, suave e altiva reaparece um carro da Google, filmando, com quatro cabeças de entrada de imagem, a recente rua e sua embocadura no túnel.


Movido, por alguma curiosidade, posteriormente recorri aos recursos da Internet, evocando esse momento instantâneo, relançado para os seus visionamentos futuros.

“A características mais distinta dos cérebros como aquele de que dispomos é a extraordinária capacidade de criar mapas. O mapeamento é essencial para uma gestão sofisticada. Quando o cérebro cria mapas, informa-se a si próprio” (António Damásio “O Livro da Consciência, pg.89).

Ao reler estes parágrafos, recordei-me das imagens da Google, no Porto.

Todavia a montagem dessas imagens, presentes em mim, não são uma simples tábua rasa, tal como estão filmadas no Google, mas sofrem um processo de movimento que se altera com a contribuição activa do seu personagem.

Tal como fazia a previsão de que um dia essas imagens surgiriam no contexto da Interenet, felizmente sem a minha imagem, do mesmo modo o nosso cérebro tem a capacidade de prever os movimentos do nosso corpo.

A grande descoberta da ciência é prever (controlar e dominar) os fenómenos. Ora essa capacidade de previsão está inerente ao nosso cérebro, antes de executarmos qualquer movimento. O nosso cérebro faz uma leitura antecipada da realidade que o circunda, tal como mecanicamente as câmaras da Google registaram os diversos ângulos da sua inclinação da rua Faria de Guimarães. Todavia a sua brisa, os seus cheiros e sensações envolventes são protagonizados somente por um personagem.

O acesso interno dessas imagens revertem num protagonista, que olhando externamente recria outras imagens sempre em movimento.

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