EURO POLITIQUE .20 : O epifónemo - Portugal
À beira-mar plantado queda-se este pequeno rectângulo repleto de história, repleto de convivência humana.
A sua interligação com a Europa trouxe-lhe benefícios e responsabilidades, que ainda estão longe de serem cumpridos e alcançados.
Todavia, na Europa do “Castelo de Cartas”, os tijolos das suas paredes e dos seus muros, ainda carecem de serem efectivamente cimentados para exibirem uma imagem e frontalidade que mostre e detenha alguma respeitabilidade.
A construção europeia implica que o tempo e a história se joguem numa sincronia atempada nas possíveis unificações das suas instituições. Contra o agir no devido tempo, ou, no “tempo político”, levantam-se os olhares de outros blocos que não esmorecem nas suas ambições. O olhar atento da China refresca-se nas suas amputações, cujo exemplo de paradigma é o “Google”.
À falta de autêntica construção europeia alia-se o exibicionismo e egoísmo natural de certos países, detentores da dinâmica económica, técnica ou política.
Acresce-se que a idealização dos “sábios da Europa”, ou, do seu grupo quase nada acrescenta de novo à construção europeia (a Europa dos políticos), e, que, os tratados, por vezes, não reflectem os anseios europeus.
Face à super-estrutura ideológica e prática (a Europa dos políticos e dos banqueiros) subjaz toda uma população ávida dos seus direitos e conquistas, detentora do seu trabalho e direitos, que não encontram pontos de saída na mundividência europeia. Aqui radica o motor da contradição dialéctica, alicerçada numa consciencialização popular, que apesar de eivada de senso comum se exprime com a força do seu trabalho e a exigência dos seus direitos que devem ser acalentados, em vez de serem espezinhados.
Os europeus demoraram 200 anos para conseguir um conjunto de direitos e liberdades que esta Europa de “Castelo de Cartas” parece dirimir em pouco tempo, face aos colapsos económicos e financeiros.
Certamente que a Europa tem um certo “modelo de desenvolvimento económico e social”, com os seus pergaminhos, que tem de ser refrescado e melhorado, contra os ventos dos recém-chegados países que pretendem minar o seu contexto.
As fracturas dos seus muros, mal construídos ou cimentados, aos quais a “Europa dos políticos” ainda não deu a devida consistência, carecem de uma interligação com a “Europa dos cidadãos”, cada vez mais marginalizados e alheios à sua própria construção.
O epifenómeno português, que deveria ser a “porta da Europa” ( portus gallia) vagueia quase com “Uma Jangada de Pedra” perdido no mar do “euro”, sem ancoragem suficiente para manter a sua aliança.
O problema não é só português, é também europeu.
A Europa do “Castelo de Cartas” tem de distribuir os “naipes”, de jogar as suas cartas, de definir os seus jogadores, de elaborar o seu sistema de jogo, e finalmente dar as cartas aos seus parceiros. E, sobretudo, saber jogar, no jogo escondido dos seus adversários.
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quinta-feira, 22 de abril de 2010
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