Alfredo Roque Gameiro nasceu em Minde, concelho de Porto de Mós, a 4 de Abril de 1864 e faleceu em Lisboa, a 5 de Agosto de 1935.
Os tons verdes da “Ilha dos Amores” já não reflectem a panóplia de cores do tempo de Roque Gameiro, infelizmente. Os grossos troncos das suas árvores foram abatidos nas carpintarias de Barcelos. Mas ainda permanece fugaz a sua imagem nas memórias de quem avistou tal panóplia colorida.
“Pintar, para ele, não constitui, apenas, um modo de vida, mas uma forma de, eloquentemente, manifestar a sua sensibilidade e a sua afeição pelo que é belo e natural, o meio de veicular a sua verdadeira vocação pela pintura a aguarela. É ele próprio quem confessa: “Tornei-me um carolla da aguarella”.
Mas o dinamismo da natureza interliga-se entre a "figura humana", no "mundo rural" e na paisagem que não se queda estática, mas sujeia ao impacto humano.
O movimento humano insere-se na paisagem, e a natureza sofre as metamorfoses que o homem lhe imprime.
Por isso, dois elementos se configuram:
A - Figura humana
"A figura humana constitui um elemento de relevo no universo imagético do aguarelista. Por vezes, anonimamente inserida na paisagem, animiza-a e, pelos movimentos que implicitamente executa, deslocando-se ou trabalhando, atenua o estatismo inerente ao espaço natural."
B - O Mundo rural
"O aguarelista procedeu a uma atenta observação do espaço rural, que captou, iconograficamente, em múltiplas variantes. Do seu pincel saiu um infindável registo de paisagens dos nossos campos, de ruas de antigas aldeias, de rios de margens densamente arborizadas, de camponeses entregues às suas tarefas habituais."
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