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sexta-feira, 5 de março de 2010

Medina e Kadafi

Quem lida, um pouco, com o mundo árabe apercebe-se que marroquinos, tunísios, argelinos e egpícios ilustram-se nos meios parisienses, através das técnicas de desenvolvimento científico e humano; excepção feita, é claro, ao mundo líbio.
Todavia, se não acha o exemplo ilustrativo, facilmente encontra a assaz ilustração através das facilidade do turismo líbio. Imagine-se a pagar mil euros para entrar em tão salutar território, cuja extensão inclui quem já pagou tal taxa, indirectamente, por prejuízos em certas empresas lusas.
Os líbios, mais familiarizados com o "Green Book", encontram no seu Príncipe, um "leader", um guia, um guru ou íman, da terceira via de desenvolvimento, que dispensa qualquer tipo de contaminação com as ideologias ocidentais.
A célebre frase bramida por Ronald Reagan: "se tens muito dinheiro: dá-o aos pobres", relembra o desabafo do Príncipe: "se precisam de dinheiro, não o peçam aos americanos". Apesar da consulta do Embaixador, "300 milhões", não é soma de pequena monta - relembra Medina Carreira.
Todavia, o Príncipe, que é árabe e bom negociante, não pretendia lesar o seu "Fundo Soberano" com aventureiros lusos, porventura, a não ser que lhe vendessem a ilha da Madeira.
Esta história, um pouco, hilariante, procura demonstrar que o "espaço Schengen" é zona europeia, cujos limites nada condizem com o espaço líbio, território sobejamente desenvolvido, onde pontifica um Príncipe, seguidor de Alá, que perfaz o caminho inverso de Tarique (viagem da Andaluzia), desferindo "jihads" contra qualquer tipo de contaminação.
Todavia, quando carece de tecnologia europeia científica ou militar exibe-se no mais esmerado negociante, despachando ofícios e tratados, como um "rei das Arábias".
Se, porventura, no Norte de África pudesse existir um país contrário à África do Sul (10% da economia africana), seria, sem dúvida, a Líbia.
O que não é o caso.
No dito "mundo da globalização", impedir cidadãos convidados, e, retê-los nas suas fronteiras é um sinal dos tempos que nos remete para as eras medievais, dignas de um Príncipe.

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