"Vim morrer a Gondarém
Pátria de contrabandistas.
A farda dos bandoleiros
Não consinto que ma vistas.
Numa banda a Espanha morta
Noutra Portugal sombrio
Entre ambos galopa um rio
Que não pára à minha porta.
E grito, grito: Acudi-me.
Ganhei dor. Busquei prazer.
E sinto que vou morrer
Na própria pátria do crime.
Vou morrer a Gondarém
Pátria de contrabandistas
A farda dos bandoleiros
Não consinto que ma vistas.
(Amália Rodrigues)
Na rua oblíqua da tua morada
segredava-me em noite cinzenta
que o fado canta e acalenta
destinos fatais em tormenta.
O estoicismo esconjuro
em praga fatal e perjúrio
mas “vim morrer a Gondarém...”
é enigma fadista mais além
escondido em ti, mais ninguém.
(Não sei)-“Pátria de contrabandistas”
da dor e prazer não fatalistas,
correu sonoro pela tua garganta
em enigma que nos espanta.
Nunca desvendou a pitonisa
o segredo, o espanto e o medo
da dança envolta em desterro,
do amor traído em tábua lisa.
“E aceito nas mão da noite
A memória por castigo”
sortilégio dionisíaco em dança
aberto ao mundo em postigo.
A tragédia em transgressão
da “gota” em testamento
deixa a dor e prazer em acção
como lema do teu lamento:
“Ganhei dor. Busquei prazer”
na rua oblíqua da tua morada
calei-me em segredo de dizer.
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sábado, 31 de janeiro de 2009
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