Daquela janela em braço amplexo
Abraçavas as ilhas um tanto perplexo
de um país triste e complexo.
Daquela janela virada para o rio
era eu criança e tu já um tio
de direito, política - patavina
sabia eu, em rumos de sina.
Abraçavas tu a natureza
que fugia de ti em beleza
e nos meandros do teu pensamento
confluíam causas e testamento
“eu sei que morro por querer
a lusitana antiga liberdade”
longe estava eu da tua idade.
Luís – em letra gravada
Carlos de Almeida Braga.
Daquela janela era menino
sem escola nem ensino
hoje revejo-te na tua luta
por ideais ainda em disputa.
Os braços erguiam-se ao céu.
O povo tapado com véu
gemia em premente ignorância
pequeno e pobre na sua infância.
Daquela janela virada para rio
ainda jaz atento um olhar vazio
que a tua presença sempre acalenta
ideais que o tempo afugenta.
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domingo, 25 de janeiro de 2009
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