Graças ao benfeitor LEBRÃO |
As
primeiras referências ao Hospital de Vila Nova de Cerveira remontam ao século
XV, sob a égide do rei D. Afonso V.
Efetivamente,
é, através da doação do Abade de Mangoeiro, Álvaro Dias, que se referencia um
hospital bastante carenciado nesta vila, cuja escritura de aceitação foi
lavrada, em 07 de outubro de 1474, no Mosteiro das monjas de Santa Maria de
Loivo, e cujos antecedentes de assistência hospitalar se reportam ao apoio
prestado aos peregrinos ou romeiros de Santiago de Compostela.
A
sua tradicional assistência prolongou-se pelos séculos seguintes, graças à
Santa Casa da Misericórdia, cuja instituição sabiamente geriu os seus objetivos
de prestação de serviços aos mais carenciados, embora a sua chefia fosse um
lugar de destaque social, e a sua irmandade, um sinal de distinção, como
atestam os estandartes e farricocos das suas carroças funerárias.
O
ano de 1926 é o ano de viragem desta instituição hospitalar. Graças ao
benemérito Manuel José Lebrão elaboram-se os cavoucos que darão origem à
inauguração, em 1929, de um belo e grandioso hospital, em pedra granítica, cuja
fachada reluz com as suas colunatas. Juntamente com o edifício, a Santa Casa de
Misericórdia recebeu a avultada quantia de mil contos para a sua época. Nos
tempos atuais, a gestão do hospital está a cargo da empresa privada do Grupo Luz,
que se dedica às atividades médicas.
O
homem das “sete fontes” , construídas na freguesia de Sopo, e que enriqueceu no
Brasil, deixou em terras brasileiras, a mais que famosa Pastelaria Colombo. Se,
o “freguês tem sempre razão”, (lema associado ao seu serviço), a arquitetura da
“Belle Époque”, no Brasil, não tem nada mais relevante que a Pastelaria
Colombo.
Aliás,
se o Rio de Janeiro (“cidade maravilhosa, criada por Deus”) ousava rivalizar
com Paris, nesses tempos áureos, o reduto mais ostensivo da “Belle Époque” é,
sem dúvida, este baluarte da Pastelaria Colombo. As suas formas elegantes, os
seus vitrais no teto, a sua exuberância decorativa e exótica, a utilização do
vidro, madeira e cerâmica, contrastam com a rua sóbria, despida de cor e
elegância, que a rodeia.
A
Pastelaria Colombo, criada por José Manuel Lebrão e Joaquim Borges de Meireles,
em 17 de setembro de 1894, foi renovada, nos anos de 1912 e 1918 segundo o
estilo de “Art Nouveau”, através da importação de grandes espelhos belgas,
emoldurados em frisos de jacarandá, e, iluminada com vidros de cristal. Em
1922, numa segunda fase, abriu-se uma rica claraboia, recheada de vitrais, que
dá origem à constituição de um piso superior, com uma balaustrada no seu
interior.
Se
a rainha de Inglaterra por lá passou, não esqueça que a nata intelectual
brasileira não esqueceu as suas pegadas, tais como: Olavo Bilac, Machado de
Assis, Getúlio Vargas, Heitor Villa-Lobos, Juscelino Kubitschek e Chiquinho
Gonzaga. Desde 2004, que o “Cantinho da Memória” da Pastelaria Colombo relata
os mais nobres acontecimentos, da mesma forma que o “Facebook”, com o nome de
José Manuel Lebrão, nos relembra os passos deste benfeitor de Vila Nova de
Cerveira.
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