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terça-feira, 3 de março de 2020

Pelos caminhos do Hotel da Boega - Apêndice - 2 - A capela Santa Ana - Orago ou padroeira da Quinta do Outeiral

Resultado de imagem para fotos da capela de santan na quinta do outeiral+gondarem A capela de Santa Ana - orago da quinta do Outeiral


Incrustada na estreita parede da capela, encontra-se uma estrutura em madeira policromada ou retábulo de um altar-mor, em cujo nicho central se ergue uma peça escultórica que representa a mãe de Jesus – Santa Ana - orago da propriedade. 

A peça de arte no altar-mor em talha dourada, com o seu retábulo e quatro colunas, alberga dois pequenos nichos laterais, que acompanham a estátua central de Dona Ana. As duas figuras bíblicas, de menor dimensão, embelezam e ressaltam esta peça de altar, cuja escultura é Santa Ana.

 Nas paredes laterais, carregadas de um profundo e forte azul, ressaltam as peças cerâmicas nas paredes laterais, em cujos azulejos aparece a seguinte inscrição: «esta capela foi benzida no dia primeiro de Setembro do ano de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil novecentos e cincoenta e três, por Sua Excelência Reverendissima , o Senhor Dom António Bento Martins, Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas”. 

Esta data simboliza a passagem do primaz de Braga por estas paragens e por esta capela, presumivelemente em algum casamento dos seus proprietários, cujo ano de 1953 não se enquadra, nem com a construção da capela, nem com o estilo do retábulo. O retábulo do altar-mor enquadra-se no estilo barroco entre 1580-1750.

Alvitra-se, que na renovação da igreja paroquial, outrora abadia de Gondarém, por causa de um incêndio ou obras de restauro do seu telhado, se tenha dado a origem da saída deste rico retábulo dourado, que se encontra nesta capela, que segundo fontes populares aconteceu por volta de 1945. Os azulejos de "forte azul escuro" que preenchem totalmente as paredes laterais, são da Fabrica da Viúva de Lamego. A sua fabricação que remetem-nos para o século XVII ou XVIII, condizendo com a construção da capela, enquanto que o retábulo e a peça do altar remetem para o século XVI. 

A devoção à mãe de Jesus tornou-se símbolo de fecundidade e riqueza que sempre caracterizou este lugar, onde reina como padroeira. O bucolismo e a sua beleza natural emergem como dádiva da natureza que requer este símbolo religioso, como orago – Santa Ana – que as pessoas da família prolongaram através do seu nome.




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