Nos anos
de 50 a 60 do século XX, a modernização da quinta dos "Almeida Braga" sofre obras
de enorme beneficiação. Dois novos portões são erguidos, a casa dos caseiros é
aumentada e modernizada com novas instalações em pedra, um espaço novo de
jardim é desenhado e comprado. Nos seus trilhos, a quinta reluz fisicamente com
a nova maquinaria de exploração agrícola. Os tratores e as modernas alfaias
agrícolas regurgitam de um modernismo que se opõe ao atraso dos pequenos agricultores,
com os seus carros de bois, cujo maior expoente é a exploração agrícola da ilha da Boega.
Num cenário
idílico, um pavão com o seu leque florido, juntamente com dois cisnes brancos e
um preto, debicam no verde e recente jardim, que ultimamente tinha sido
adjudicado, para maior espaço da quinta. No lado nascente, um novo portão de
alvo granito, construído por mãos do mestre em cantaria José Abreu, surgia como
fechamento e aterro do antigo “caminho número um” da rua da Igreja, que ligava a EN 13 à
paróquia, construído em calçada portuguesa, por volta dos anos trinta do século
XX. Deste modo, quatro portões, como outros quatro pontos cardeais, fechavam o
espaço da quinta, e no seu lado poente, um destes funcionava como entrada, na
sequência dos Caminhos de Santiago. Em frente, à casa do Paço emergia um espaçoso
jardim francês, com a sua típica piscina dos anos 30, em que floriam vistosas
camélias de aroma primaveril. Na janela, frente ao jardim, o dr. Luís de
Almeida Braga advogado e político, deliciava-se com o panorama da paisagem.
Ao
Portugal “cinzento e triste ”, refulgia nas suas vestes brancas da nova
burguesia canarinha, a quinta do “glamour” luso-brasileiro, que “alegremente” se
deleitava nos seus verdes jardins e graníticas escadarias. Ao seu brilho e
festividades não faltaram “presidentes” das terras do Brasil, e, várias figuras
distintas.
A quinta
dos “Almeida Braga”, símbolo de riqueza e ostentação, resulta do casamento de Carlos
de Almeida Braga (1858-1918) e Ana Fernandes
Lima , sua legítima proprietária.
A ilustre
família dos “Almeida Braga” enalteceu esta localidade, não só, economicamente (quer
em Portugal, quer no Brasil), mas também, de uma forma intelectual. A sua
estirpe e grandeza intelectual camuflavam-se neste recôndito reduto, para desferir
os seus ataques intelectuais ao regime vigente.
A riqueza
económica despontará, sobretudo, em terras brasileiras através do seu expoente
máximo, o famoso “Braguinha” – António Carlos de Almeida Braga, banqueiro, nascido
em São Paulo, em 02 de Julho de 1926, filho de Lucon Quirino Pereira Bueno e de
António de Lima de Almeida Braga, irmão do famoso “advogado de Braga”.
Luís
Carlos de Almeida Braga é o expoente máximo da família, a nível intelectual, sendo
um insigne advogado, escritor, jornalista e político, com várias obras
publicadas; das quais, não carecem análises, teses e dissertações. Mais
conhecido por Luís Almeida Braga, nasceu a 20 de Novembro de 1886, na freguesia
de São João do Souto, em Braga, e, faleceu em 2 de Março de 1970, em Lisboa.
Após os
anos 70, a quinta “Almeida Braga” perde o seu fulgor que brilhou, durante um século,
no Baixo Minho ou no Noroeste Peninsular, já que o Brasil se tornou na sua
continuidade, apesar do seu reduto em Sintra, pelo ano de 1977.
P.S. Obras de Luís de Alameida Braga
- A Questão Ibérica - A lição dos Factos, 1916
- O Culto da Tradição, 1916.
- Mar Tenebroso, 1918.
- O significado nacional da obra de Camilo, 1923.
- Paixão e Graça da Terra, 1932.
- Sob o Pendão Real, 1942.
- Posição de António Sardinha, 1943.
- A Revolta da Inteligência, 1944.
- Nuvens sobre o Deserto, 1954.
- Espada ao Sol, 1969.
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