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domingo, 16 de fevereiro de 2020

EUROPLOTIQUE: Somente 30 a 40% de privilegiados nas questões de saúde, após os 65 anos de existência


Olhei para o senhor, atrás de mim, na fila do pequeno supermercado, e casualmente surgiu a pergunta sobre a idade: 86 anos. “A couve e a chouriça de porco preto” faziam parte da anunciada e suculenta sopa, cujo lamento somente surgia ensombrado pela ausência da mulher. A minha admiração não estava instalada na possível insana dieta, mas na contemplação da sua conservada e airosa idade, cujos poros resplandeciam no seu rosto.

Qualquer um de nós, chegando aos 65 anos, a sua probabilidade de “gozar a vidinha” ronda a fasquia de mais 20,4 anos, neste jardim à beira mar plantado, quer dizer, para a maioria dos portugueses. Ora, o meu espanto não tinha nada de anormal, já que entrava nas estatísticas portuguesas.

No entanto, este espaço de dádiva natural depende da moléstia das doenças ou infortúnios, ou seja, somente 39% deste espaço para os homens, e, somente 33%para as mulheres, serão provavelmente saudáveis.  Quer dizer que, quase 60% dos homens serão atingidos por qualquer doença, ou, infortúnio. Portanto, se for dos 40% dos privilegiados sem qualquer doença, pode dar-se por “felizardo”, mas as probabilidades são escassas, porque os infortúnios também acontecem.


Se Portugal caminha para o terceiro lugar dos países mais envelhecidos, a seguir ao Japão e à Espanha, os cuidados de prevenção das doenças e os sistemas de apoio de bem-estar e saúde devem ser desenvolvidos através de organismos e instituições, que criem condições para este desenvolvimento. Além disso, os sistemas de poupança na doença e na velhice têm de ser melhorados na vida social portuguesa, quer através de sistemas fiscais, quer através de formas de investimento, que rentabilizem as escassas economias das pessoas mais idosas. 

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