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quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

EUROPOLITIQUE: O ferro oxida nas estradas do Sudoeste Alentejano

O primeiro Rolls-Royce estacionou em Santiago do Cacém

Quando o conde Avillez atropelou um burro, em Palmela, não tinha seguro para a “geringonça” que conduzia, mas já rodava a 15 quilómetros horas. A máquina se não assustava os homens afugentava os burros. Morreu o jumento com um “coice no ar”, e, o conde teve de compensar o seu dono por tão grande prejuízo. Hoje, o seguro automóvel é obrigatório. E, por isso, o Estado retira impostos dessa obrigação, às seguradoras. Mas, isto é o início de um labirinto de impostos no sector automóvel. Depois, temos o “ISP” imposto sobre os produtos petrolíferos, o “ISV” imposto sobre veículos, e ainda o ”IUC” imposto único de circulação, fora as benesses que o Estado recebe das oficinas de automóveis, das multas e das cartas de condução. Quer dizer, se o Estado arrecadou, por exemplo, 4.025 milhões de euros, nos primeiros dez meses do ano, cabe ao leitor escolher uma tabela de percentagem afim destes valores para engrandecer o extenso pecúlio estatal.


Ainda que o conde d’Avillez não tivesse “carta de condução”, a sua introdução acontece no local da sua morada. Como latifundiário, certamente que podia alojar o primeiro Rolls-Royce, que se albergou nesta localidade. Mas, se o jumento foi atropelado faz lembrar que, nesse tempo, as vias, caminhos ou vielas por onde passou o conde d’Avillez, careciam de um cornetim para anunciar a sua passagem. Entre Beja e Sines instalou-se a pasmaceira na rodovia. Somente os ferros não resistem à oxidação, como os campos “não choram” por efeito do seu corte e da erosão. O cornetim da paragem destas obras rodoviárias, apesar de soar, de vez em quando, ainda não conseguiu alertar as altas esferas do “pecúlio estatal”. Isto, quer dizer, se os portugueses pagam impostos sobre os carros, devem ter estradas condizentes com as suas necessidades.

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