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quarta-feira, 16 de outubro de 2019

EUROPOLITIQUE: Madonna e a sua atitude perante o espaço lisboeta (ALFAMA).


Refugiar-se nas ruas de Alfama, na geografia das suas ruelas, nos usos e costumes dos seus habitantes, nas suas preces, ritos e liturgias e inibriar-se nos seus ritmos e músicas, em que o fado pontifica como destino de alguém insatisfeito com a sua cidade, com a sua casa, com o seu país ou com o seu continente, provavelmente, estará a inventar “motivos e razões” que se escondem por trás da sua "psique", do seu ego, ou, da sua personalidade. Certamente que a sua infância não foi das mais felizes, nem a sua juventude foi das mais floridas, quando ela chega a Nova Iorque com apenas 17 dólares no bolso. Por isso, a descoberta dos seus "sentimentos e emoções" parece encarnar-se em Lisboa, cidade de árabes, comerciantes e mercadores, que das Arábias mantêm as suas ilusões, tal como a ilusão de uma “cidade que não dorme” não condiz com a urbe pacata,  nem com o frenesim vital de um artista.  Ainda que a consulta de qualquer árvore genealógica não esteja elaborada, a falta de radicação em solo luso manifesta-se numa eterna procura de uma infância, sublimada pela adoção de crianças, que sustentam as direcções de certos sentimentos e emoções. Será que os "filtros ou projeções naturais" remetem para a fuga e para o medo inerente ao enfrentamento de uma existência que caminha sobre as pedras de Alfama? Atitude semi-errante de quem caminha por um espaço que da noite faz dia e do dia pernoita, num certo limbo que se desvenda, sem ocupar o seu terreiro.

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