Seguidores

terça-feira, 16 de abril de 2019

EUROPOLITIQUE: A Cervejaria Trindade no Paris-Lisboa e no autocarro da Liberdade


«Todos tínhamos passaporte válidos, alguns dos quais emitidos na véspera pelo Consulado de Paris e assinados por um chanceler com um apelido particularmente simbólico: Portugal, Fernando Raul Portugal» - relata António Caeiro.
Nessa época, Abril de 1974, os dois chanceleres do Consulado Geral de Paris, um homem e uma mulher, não tinham, nem identicamente, nem simbolicamente,  qualquer ligação a esse nome.
Claro que “telefonar para Portugal era caro e difícil; não havia ligações diretas”. Por isso, a cotização do telegrama para Lisboa, feita pelos empregados do Consulado, nunca teve resposta. A reunião plenária dos empregados consulares por causa da emissão de passaportes ficou inconclusiva. Desta forma, a exibição de tais passaportes deixa várias suspeitas na sua obtenção, fazendo recordar o sectarismo da sala da Mutualité.
Este impasse, ou, falta de clarificação deve-se à falta de demarcação entre o “poder político” e o “poder militar”. Aliás, foi por decreto de Ramalho Eanes, que os refratários e desertores começaram a ter permissão de entrada no País, e de regularizarem a sua situação militar, embora algumas pessoas fossem detidas nas fronteiras aéreas. Os avisos de captura perduraram apesar de legislação contrária, ou, seu desconhecimento.
“Houve momentos difíceis, mas nunca situações de agressividade ou ameaças”, porque prevaleceu o bom senso, razão e clarividência sobre problemas, que não sendo resolvidos foram tardiamente solucionados com o empenho e colaboração dos funcionários do Consulado, mas não com as instâncias superiores, pouco sensíveis aos direitos humanos e ao florescer da democracia.
É, por isso, que as superiores estruturas do Consulado e suas instâncias, temendo o poder popular, ou, a sua insurreição se refugiaram e camuflaram sobre ideais que nunca tiveram nas suas ideologias.

Sem comentários:

Enviar um comentário

EUROPOLITIQUE: Recordando "Platero y Yo" ....Juan Ramón Jiménez

  Na minha tenra idade escutava os poemas de “ Platero y yo” , com uma avidez e candura própria da inocente e singela juventude, que era o ...