A chefe de Finanças ria-se quando se afirmava que a AT desconhecia a morada fiscal de um contribuinte.
Claro que o omnipotente Fisco só “não sabe aquilo que não quer”.
Não quer ter a “imagem ou realidade”, (aqui “estou confuso”) de qualquer “salteador de estrada” que se atravessa no caminho de um contribuinte, por exemplo, obrigando a pagar 800 euros, porque “ouvi dizer que...”.
Mas, se a imagem de “salteador de estrada” atemoriza qualquer incauto contribuinte, dada a sua eficácia, a redobrada atenção merece que os seus contribuintes não sejam apanhados nas suas possíveis ciladas.
Deixemos a “filosofia política” - indivíduo/Estado - de Hobbes a John Locke, (aliás, proibido nos seus escritos em Portugal), para nos situarmos nesta “artilharia pesada” legislativa, e, sobretudo, informática que dispõe a AT.
Com semelhante “artilharia pesada”, que dialoga com 50 países, é fácil descobrir qualquer “Rua dos Funileiros e Latoeiros”, que embora se tratando de “artes medievais” se prolongam nos “Salteadores de Estrada” de Camilo Castelo Branco, feliz aprendiz da língua vernácula do famoso “Zé do Telhado”, que segundo Agualusa, escritor angolano, era “bandido” em Portugal e “santo” em Angola.
Esta dicotomia de “santidade” e “bando” (não aceite pela sociedade), e, entre os métodos do século XVIII e do Século XXI parecem não ficar imunes ao aparelho da AT.
Se, o omnipotente Fisco sabe, e tem a obrigação de saber, porque admite estes presumíveis “Salteadores de Estrada”?
Será que, também, reclama a sua genealogia, ou, a sua imagem recai como autênticos “Salteadores de Estrada” que se atravessam no caminho de certos contribuintes?
Omnipotente Fisco: não sabes, ou, não queres saber!...
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