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domingo, 19 de novembro de 2017

EUROPOLITIQUE: CHEVRON: "Com os Americanos não se brinca..." - SONANGOL



Por isso, a Sonangol viu agravar a sua dívida e complicar as relações com as operadoras estrangeiras. Ninguém tira o mérito de se ter conseguido baixar os custos de produção nem de outras acções ( a que preço?), mas a falta de diálogo e o excesso de burocracia estavam a pôr em perigo a saúde da “galinha de ovos de ouro”, porque há anos que não se fazem novas licitações, prospecções e com isso a produção tende a cair até pela quantidade das reservas e idade de alguns poços. E, depois, não é mesmo concebível que um dos maiores produtores africanos tenha de importar quase todos o produto refinado. 
Tratou-se, portanto, de uma medida de gestão, pura e dura, que algumas forças, apanhadas sem argumentação, procuram agora atirar para um alegado conflito político entre o Presidente da República e o líder do MPLA, fomentando um forçado braço de ferro e pseudo divisões no partido no poder. 
E nada mais eloquente do que Isabel dos Santos
....”

Este discurso do “Jornal de Angola” que confunde “esfera do Estado” com “esfera de uma empresa”, em que, por acaso, o Estado depende de uma única empresa é interessante.
(Os tais 2.000 milhões de dólares por parte da China, já estavam consagrados anteriormente pelo seu Ex-Presidente)
Enquanto que no Brasil, o território é propriedade do Estado, em Angola parece ser da Sonangol.
 Por isso, a Sonangol vende, onde quer e como quer.
E, qual é o papel do Estado? Mero recetor de alguns dividendos. Já que o Estado não tem capacidade financeira, o recurso será a Sonangol. Empresa omnipotente, que com as suas várias facetas limita o papel do Estado. Cria empresas e holdings a seu bel-prazer, como sinónimo de rentabilidade, ou melhor dito, de uma fiel clientela. Desmantelar a supra empresa, traçar os seus limites e enquadrar as suas funções é tarefa que urge concretizar para deslindar os seus novelos, as suas teias e definir a sua estratégia. Até que os esquemas implantados sejam descobertos e desfeitos levará bastante tempo, já que eles foram aperfeiçoados na sua complexidade. Gerir uma empresa, ou, um monopólio, do qual o próprio Estado depende, é tarefa hercúlea, que além da ciência financeira, exige uma ”contabilidade analítica”, que somente os mais astutos analistas financeiros terão capacidade de fazê-la.
Do êxito ou fracasso da Sonangol dependerá muito do Estado Angolano. Olhar para o futuro da Aramco saudita, talvez seja um fio de saída do novelo, do sarilho, e, do tear em que está metido o sistema angolano. 
Para além dos contornos financeiros  - papel dos especialistas -, para além dos contextos políticos, - papel dos gestores-, uma coisa é certa:
“Com os americanos não se brinca”, e desde que a Sonangol entrou em conflito aparente com a Chevron, antes e com Isabel dos Santos, o barco começou a meter água. Como é em águas angolanas, certamente que o barco não vai ao fundo, mas que mete água, lá isso é verdade.

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