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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

EUROPOLITIQUE: Os altos juros de 25,1% (ao ano) sobre Moçambique

Segundo relata o “Jornal Público”, Moçambique atinge “os mais altos juros do mundo”; ou seja, 25,1% ao ano, ultrapassando a complicada Venezuela.
Apesar das grandes convulsões sociais e económicas na Venezuela, o petróleo a jorrar contradiz o “sonho moçambicano” das imensas reservas de gaz, em Moçambique, que ainda não começou a despontar. Mas apesar de ainda não ter jorrado, as "possíveis hipotecas" já são assinaladas como fruto ainda não amadurecido. Hipotecar o futuro parece uma premissa condenada pela estrutura governativa moçambicana.
A passagem de um “modelo socialista” para a chamada "economia de mercado" carece de mudanças por implementar, começando pelo simples uso e propriedade da terra.
Por isso, na senda das “empresas nacionais” reaparecem casos, como, o da “Ematum”.
Sem fábrica de processamento do atum, sem ocupação total dos barcos, que somente podem pescar atum durante 180 dias, a empresa moçambicana “Ematum”, que encomendou 28 barcos "poliester" a um preço de 380 milhões de dólares, pagando 6oo milhões de dólares, arriscou  a sua falência. Ou seja, os 500 milhões de dólares concedidos pelo Crédit Suisse consumiram-se no seu pagamento inicial.
Ainda, com o objectivo de pescar 200.000 toneladas deste pescado, por ano, somente conseguiu obter 6.000 toneladas em 2013, e, 3.500 toneladas em 2015, segundo dados do Ministério do Mar.
A conversão destes barcos em embarcações destinadas à pesca do marisco, convertê-la-ia na segunda maior empresa marisqueira, a seguir a Pescamar, detida pela empresa espanhola Pescanova, se certas condições fossem cumpridas.
Aliás, o primeiro erro de gestão desta empresa começa pela compra, o segundo continua pela produção; e, por todo um conjunto de empresas, muito hábeis na sua contabilidade.
Desbaratar 800 milhões de dólares, num país carente de divisas, a situação complica-se, quando se trata de milhões. Os moçambicanos depositam pouca esperança nestas aplicações económicas, que não trazem qualquer lucro social. Como ainda não há lucros em relação ao gaz, hipotecar a sua fonte é talvez secar a sua origem.

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