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domingo, 25 de setembro de 2016

EUROPOLITIQUE: O "Flash" informativo da Rádio e a "Notícia" em Televisão

Segundo certa afirmação de que “em Portugal confia-se tanto na rádio como na televisão”, segundo uma jornalista do Jornal Público (Maria Lopes), algo de contraditório surge nesta questão. Esta contradicção pode surgir , quer do "media" analisado, quer da sua interacção, ou seja, do público com o próprio "media". O "flash" informativo da rádio é diferente da "notícia" (imagem) em televisão.
«Do mesmo modo como os romanos e os etruscos dividiram os céus com linhas matemáticas fixas e, como num templo, confinaram um deus em cada um dos espaços assim delimitados, assim também cada povo tem sobre si um firmamento de conceitos dividido matematicamente e sabe, tal como a Verdade o exige, que cada deus‑conceito deve ser procurado apenas dentro da sua esfera.”
Esta citação de um especialista em semiótica, Roland Barthes, procura reforçar o papel da rádio na esfera da chamada "logosfera". Ao atingir esta zona cerebral, são os conceitos que funcionam, obrigando o ouvinte a um esforço cerebral que o torna mais activo, mais lúcido e mais consciente.
A rádio tem características específicas entre as quais salientámos:
«Devido à sua autonomia, a rádio deixou de ser um meio de recepção colectiva e tornou-se individualizado. Esta característica permite ao emissor falar para toda a sua audiência como se falasse para cada ouvinte em particular. Com a actividade de ouvir podem desenvolver-se outras tarefas e, por isso, a rádio torna-se um "pano de fundo" em qualquer ambiente, despertando a atenção do ouvinte quando a mensagem é do seu interesse. Com a rádio podemos ouvir as notícias ao mesmo tempo que efectuamos outros trabalhos, o mesmo já não acontece com o telejornal televisivo se pretendermos associar a notícia à sua respectiva imagem», segundo  Catarina Amaral (Características da Rádio).
A televisão conduz a uma certa passividade, à preguiça mental, enquanto que a rádio desperta o ouvinte e obriga-o a um certo esforço cerebral (relacionamento conceitual).
Portanto, colocar a informação da televisão no mesmo patamar da informação da rádio parece demonstrar um público, que ouve mal a rádio, ou, "adormece" com a televisão.
Além disso, na rádio destaca-se " linguagem oral, a mobilidade, o baixo custo, o imediatismo e a instantaneidade, a sensorialidade, a autonomia e a penetração ".
Por isso, numa simples escala informativa, a rádio deve estar antes da televisão.

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