A imprensa sempre lutou contra o “imprimatur”, contra a
censura, contra o “poder régio”, contra as “chamas do inferno”.
Dos “almanaques” aos jornais escritos e “on line”, dos
“jornalistas sem formação” aos “jornalistas de escola”, adquiriu um estatuto e
uma credibilidade que lhe concedem um “poder”
A internet concedeu um “certo poder” aos indivíduos de se
manifestarem (bem ou mal), concedeu-lhes certas ferramentas que não dispunham,
sem quaisquer regras deontológicas, desde que não ultrapassam a mera
criminalidade, já que existe identificação dos pc’s, e, em último caso, a
polícia pode e deve intervir.
Portanto, esta “liberdade de expressão” não é uma liberdade
absoluta, é uma liberdade “vigiada”.
De certo modo, o espaço informativo, bem ou mal usado, foi
alargado. E, “grosso modo” há mais liberdade, concedida ao indivíduo. O último
reduto de espaço do indivíduo, sujeito à responsabilidade, é a possível
“criminalização”.
Se, porventura, procura maior espaço de credibilidade não
tem mais que se identificar perante as instituições jornalísticas ou outras.
Claro que, muito do que está na Internet não tem qualquer
“vestígio de verdade”, (embora sujeita a verificação), e, somente depende de
quem escreve ou divulga imagens. E,
quem escreve e deseja ter credibilidade, identifica-se.
Aqui, entrámos na garantia dos direitos do cidadão. A
“liberdade de expressão”, não implica totalmente a identificação, já que esta
liberdade não é absoluta, é uma liberdade condicionada. É possível a sua
averiguação.
Enquanto que na imprensa escrita ou audovisual existe uma ”
instituição credível”, existem “jornalistas credenciados” que usufruem de
legitimação e poderes, de regras deontológicas, o cidadão goza somente do seu
“livre arbítrio”, sujeito às forças policiais, sujeito a certas “formas
criminais”, sujeito ao veredicto popular ou não, que o pode lançar nas “chamas
do inferno”.
O valor da “palavra escrita” e o “valor da imagem” (factos)
traduzem uma realidade, que, no caso, do jornalismo devem dar “garantias de
verdade”, mas podem estar sujeitas a um certo poder de interpretação dos
internautas (bem ou mal intencionados).
Quando Gutemberg criou a imprensa, dizem que lhe apareceu um
anjo, dizendo: “criaste uma coisa para o bem e para o mal”. (Durante muito
tempo a “imprensa” era o “mal” contra a
ignorância e o poder, até o próprio Lutero lutou contra isso).
Se, porventura, a “imprensa escrita e audovisual” está nas
“chamas da fogueira” da internet , minando o seu território e credibilidade, não
pode impor um “imprimatur” aos internautas, somente pedir-lhes que a liberdade
implica responsabilidade.
Conjugar a “liberdade de informação”, credível e autenticada, com a “liberdade de expressão” do livre arbítrio,
é um confronto, uma luta, ao qual a imprensa escrita e audiovisual não pode fugir e saberá enfrentá-lo.
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