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segunda-feira, 14 de março de 2016

EUROPOLITIQUE: UM AUTÊNTICO EMPRESÁRIO ANGOLANO


No mesmo dia em que compus este artigo, eis que para meu espanto, surgia na RTP1, um “empresário angolano” reclamando o mesmo tratamento que qualquer empresário chinês, francês, alemão, indiano ou paquistanês.
O Telejornal saiu à noite, o artigo foi feito à tarde, e reza assim:
 
Enquanto o resto da comitiva deambulava pelo “mercado aberto” em Maputo, questionava-se o negócio do indiano, patrão de um “parking”, cuja rentabilidade seguia de “vento em popa”. Dado que o negócio estava de feição, compareceu um “adjunto das forças governamentais”, tecendo elogios ao empreendimento, justificando que ia de encontro às “ideias do governo”, salientado, no entanto, a necessidade de uns esclarecimentos. Apesar de pagar impostos, carecia de uma “benção governamental”.
O “Jornal de Angola”, ao velho estilo marxista, enquadra qualquer projecto de índole privada na “esfera governamental”, de tal forma que nenhuma “actividade individual, privada ou particular” não escapa à supervisão governamental. O “bom peixe” do Soyo carece de um “plano governamental”, ou, de uma “benção governamental”?
A “economia centralizada soviética” de que Angola não faz parte, dado que aderiu à “economia de mercado”, somente pode ser justificada por um “estilo de propaganda” que contradiz a própria natureza económica do País, já que se insere no chamado  “liberalismo económico”; a não ser, que ainda não se emancipou de um centralismo estatal. A defesa da “acumulação primitiva” somente pode orientar-se no “espírito empresarial”, que se expressa pela  actividade privada.
         Mas, neste universo empresarial, parece que somente pontifica a grande empresa Sonangol, que se apresenta como única, válida e visivelmente  internacional. A restante  iniciativa privada em Angola, que emerge e se afirma paulatinamente, definha de qualquer visibilidade, surgindo abafada e minimizada, quer na sua exponenciação, quer na sua projecção.
“Ser mais papista que o Papa”, é um “pecado por excesso”, (ainda que a “primeira agência de propaganda” venha do catolicismo, ou seja, a secular “propaganda fidei”); e, em qualquer iniciativa privada, não quer dizer que a “benção estatal” esteja sempre presente, como defende o “Jornal de Angola”.
Ora, nos tempos da “informática e da Internet”, este “estilo de jornalismo” é uma traição aos valores dos próprios angolanos, à sua iniciativa, à economia de mercado, ao seu próprio dinamismo empresarial privado.
“Novos tempos” se avizinham para Angola, de forma que este tipo de  comunicação social tem de seguir os novos ventos para que as suaves brisas arejem a iniciativa privada dos angolanos.
PS. E, não é que surge na RTP 1, um angolano deste calibre!..

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