Enquanto se bebia uma “copo de
champagne” nos lugares turísticos de Paris com residentes alemães, uma “equipe
de técnicos germânicos” demandava esses idênticos locais, acompanhada por lusos
descendentes, fugindo ao preconceito dos franceses.
Efectivamente, após a II Guerra
Mundial, o senso comum francês, e, até intelectual, sente-se inferiorizado em
relação aos alemães. Aliás, os franceses ficaram admirados como a Alemanha deu
a volta por cima, depois do caos económico, industrial e empresarial.
Este autêntico complexo de
inferioridade ergue-se desde o “domínio intelectual” até à simples “formação de
trabalhadores”, que certamente tem outros antecedentes.
Mas, o dilema entre germânicos e
franceses, que se incrusta num processo de afirmação de identidade, afecta dolorosa
e extremamente o contexto europeu.
A
França é , sem dúvida, o centro nevrálgico da Europa.
Uma França, inferiorizada em
relação à Alemanha, quer economicamente, quer intelectualmente, não pode jogar
o papel que os europeus anseiam. Não é a procura de um “pai”. É a exigência de
um “fio condutor” desta Europa que se encontra à deriva.
A França carece de “armas e
ferramentas” que consiga fazer a ponte entre o “universo protestante” e o
“universo católico”, que está incarnado nas suas mais obscuras profundezas.
Além disso, os “erros
sistemáticos” do “Quai d’Orsay” nada tem favorecido a sua política externa.
A “fuga dos alemães ao
preconceito francês”, e, o sentido de “complexo de inferioridade dos gauleses” carece de intervenientes que afastem esta orfandade em que estamos
inseridos.
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