Claro que o “euro” – moeda única - não foi criado numa população europeia que
representa 7% da população mundial, 25% do comercio livre mundial, e que gasta
50% dos seus rendimentos sociais que o resta da humanidade não faz.
Simplesmente o “euro” foi criado para simplificar as
trocas de mercadorias, e não para suster este “bem estar social e comum” que os
países deficitários em exportações não conseguem acompanhar com os países mais
evoluídos.
Daí os “déficits crónicos”, que surgem, quando esses
países mal apetrechados recaem nos 70% de importações, o que leva alguém a
dizer que é “uma guilhotina em cima das suas cabeças”.
Mas se a economia é uma ciência, que utiliza a matemática,
e o número é a medida da coisa, conforme diz Aristóteles, e, por isso, “a coisa
grega” não se reduz somente ao número, já que a dívida grega com os Estados
Europeus não significa que cada cidadão deve uma certa quantidade de euros!...
Todavia à engenharia financeira e à economia dos números
“mais concretos” deixemos a palavra aos “experts”.
Aquilo que me conduz a uma certa raiva é que “não sou
cidadão europeu”.
Não, pelo facto, de não ter uma “política externa
europeia” ou uma “força militar europeia”, mas pela simples contradição que
embora por direito me seja garantida uma certa “cidadania europeia”, que me concede “direitos e não
deveres”, na própria essência dos direitos me usurparem da efectiva
concretização desses direitos.
Em termos simples, quero dizer que o direito das minhas
contribuições, suspenso no tempo por um país, tal país se arvore num campeão das
regras comunitárias, quando não as cumpre.
Teoricamente, reconheço-me bem na dialéctica hegeliana de "indivíduo- estado", mas infelizmente
na "prética" não me reconheço nesta "cidadinia europeia".
Teoricamente, reconheço-me bem na dialéctica hegeliana de "indivíduo- estado", mas infelizmente
na "prética" não me reconheço nesta "cidadinia europeia".
Sarcàsticamente, longe de mim o gosto de vender “110 Mirages” e cortar a
“cabeça” ao seu vendedor, mas a diplomacia tem estas contradições, para
infortúnio desse povo do Norte de África!...
A minha revolta, nesta Europa, que eu escolhi por formação,
remete-me à condição de cidadão menor, que embrulhado numa moeda única, me
trata como uma simples mercadoria de reduzido preço.
Se “os estados não podem garantir o bem-estar que as populações anseiam”,
urge encontrar outros modelos, para os quais a “criação da moeda única” – o euro
– não foi talhado."Infelizmente não sou cidadão europeu" quando podia reunir todas as condições necessárias e suficiente para sê-lo, sem ser pretencioso.
Esta contradição hegeliana, que me rói na minha essência, é o símbolo da questão que um cidadão americano me dirigia: "e, vós europeus"?
"To be or not to be is the question"?.............
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