A engenharia financeira parece
passar longe dos problemas da TAP.
Se, em França o Estado apoia
empresas de automóveis, em Portugal lança-se às “feras e ao liberalismo
económico” a emblemática empresa.
Claro que dirão que as leis
europeias favorecem os países poderosos, enquanto que os países mais pequenos
tem de acolher e sujeitar-se às leis do mercado.
Mas, vejamos o caso da EDP.
Com uma dívida de mais de 15 mil
milhões de euros continua a reembolsar os seus accionistas; e, alegremente se
afirma no mundo do capital, navegando com firmeza e mestria.
Qualquer leitor se sente cansado
de tanta notícia sobre a “venda da TAP”. Há mais de 10 anos se prolonga esta
agonia do diz-se que “vende... que se vende...”.
Mas, se colocarmos o problema da
EDP com o problema da TAP, onde estão as diferenças?
Certamente que os economistas
encontrarão as suas razões. Simplesmente diremos: “uma tem accionistas e capital, outra tem recursos e prejuízos”.
Será que não existe qualquer tipo de “engenharia
financeira” que encontre uma resposta, uma solução para o problema?
A história da TAP faz-me lembrar os estaleiros navais de
Viana do Castelo.
“Trinta anos passados ao telefone a apregoar a sua venda”.
Longe estávamos do custo da hora de trabalho comparado com a Coreia do Sul, bem
distantes estávamos de qualquer tipo de sindicalismo, somente “cientes” que o
negócio do Estado não iria durar!...
É, com grande pena
que o último porto de Portugal, a nível económico, se encontra naquela zona,
encostada ao Condado de Toronho, que D. Afonso Henriques tanto amava. E, que de
outro lado da ria de Vigo floresça um porto com cruzeiros da última geração.
Bem razão, tinha Afonso Henriques de reconstruir o País a partir da ria de
Vigo, que por amores e por guerras perdeu por causa de Ourique.
Claro que 30 anos é muito tempo. Será que é preciso tanto tempo para
vender ou fazer render a TAP?
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