Antes de qualquer imposto, a Arábia Saudita consegue tirar petróleo a 2 euros dos seus poços. Multiplicar por 50 vezes este preço do Bent está ligado à panóplia dos impostos, dos transportes, das companhias e, claro, da política dos Estados. A evidência destes enormes retornos financeiros faz com que a planificação futura da Sonangol calibre uma fasquia de 30 dólares do Brent para os seus investimentos futuros, para não falar da Venezuela, país em que atestar o depósito é de uma normalidade habitual.
Além das peripécias económicas ajunta-se a guerra política.
A aliança entre a Arábia Saudita e os Estados Unidos parece
mais que evidente por causa da Ucrânia, de tal forma que a moeda russa já
sofreu uma desvalorização de 20% face ao dólar e ao euro. Além disso, a Rússia é o terceiro produtor
mundial de petróleo a seguir à Arábia Saudita e aos USA; por isso, o golpe é
duplamente eficaz.
Se o Brent em Londres e o WTI em Nova Iorque se encontram
abaixo dos 60 dólares, tal fasquia se deve à manutenção de extracção de
petróleo por parte da Arábia Saudita,
forçando a OPEP, que controla 30% da produção mundial, a não intervir no
preço do petróleo.
Juntamente com esta “guerra política” camuflada, a economia
mundial encontra-se em recessão, de tal forma que o consumo global e mundial
favorece este tipo de “guerra fria” do petróleo.
Certos países entrarão nesta roleta e espiral da
volatilidade do petróleo. Por razões políticas o Irão; por razões económicas a
Venezuela que elaborou o seu orçamento na base dos 120 dólares por barril de
petróleo. Sem dúvida que certos países africanos terão de rectificar os seus
orçamentos de Estado, como parece ser o caso de Angola. A economia ocidental
poderá beneficiar com esta “guerra fria” do petróleo, mas os incertos tempos da
economia mundial não auguram bons dias de continuidade.
Entretanto, as bolsas dos Estados Árabes decrescem a olhos vistos: a
Bolsa da Arábia Saudita, a Bolsa d’Abou Dhabi (2.ª), a Bolsa do Qatar, a Bolsa
do Koweit, a Bolsa do Baharein, a Bolsa de Mascate, entre outras.
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