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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

EUROPOLITIQUE: A "Guerra Fria" do Petróleo e a Rectificação do Orçamento Angolano.



Antes de qualquer imposto, a Arábia Saudita consegue tirar petróleo a 2 euros dos seus poços. Multiplicar por 50 vezes este preço do Bent está ligado à panóplia dos impostos, dos transportes, das companhias e, claro, da política dos Estados. A evidência destes enormes retornos financeiros faz com que a planificação futura da Sonangol calibre uma fasquia de 30 dólares do Brent para os seus investimentos futuros, para não falar da Venezuela, país em que atestar o depósito é de uma normalidade habitual.
Além das peripécias económicas ajunta-se a guerra política.
A aliança entre a Arábia Saudita e os Estados Unidos parece mais que evidente por causa da Ucrânia, de tal forma que a moeda russa já sofreu uma desvalorização de 20% face ao dólar e ao euro.  Além disso, a Rússia é o terceiro produtor mundial de petróleo a seguir à Arábia Saudita e aos USA; por isso, o golpe é duplamente eficaz.
Se o Brent em Londres e o WTI em Nova Iorque se encontram abaixo dos 60 dólares, tal fasquia se deve à manutenção de extracção de petróleo por parte da Arábia Saudita,  forçando a OPEP, que controla 30% da produção mundial, a não intervir no preço do petróleo.
Juntamente com esta “guerra política” camuflada, a economia mundial encontra-se em recessão, de tal forma que o consumo global e mundial favorece este tipo de “guerra fria” do petróleo.
Certos países entrarão nesta roleta e espiral da volatilidade do petróleo. Por razões políticas o Irão; por razões económicas a Venezuela que elaborou o seu orçamento na base dos 120 dólares por barril de petróleo. Sem dúvida que certos países africanos terão de rectificar os seus orçamentos de Estado, como parece ser o caso de Angola. A economia ocidental poderá beneficiar com esta “guerra fria” do petróleo, mas os incertos tempos da economia mundial não auguram bons dias de continuidade.
Entretanto, as bolsas dos Estados Árabes decrescem a olhos vistos: a Bolsa da Arábia Saudita, a Bolsa d’Abou Dhabi (2.ª), a Bolsa do Qatar, a Bolsa do Koweit, a Bolsa do Baharein, a Bolsa de Mascate, entre outras. 

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