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quarta-feira, 18 de junho de 2014

EUROPOLITIQUE: Angola e "nuestros hermanos" - LES BRÉSILIENS




O mar calmo de Cascais devolvia-nos, com a sua aragem, a policromia  de elefantes embandeirados em palhetes de cores e motivos cromáticos.
Subitamente, a brasileira, encantada com a profusão de cores, evocou a mestiçagem do seu país, relembrando os angolanos como “autênticos irmãos”, relegando, para plano secundário, os lusos laços históricos.
O “Jornal de Angola”, na sua procura insana das “elites portuguesas”, destila o seu aroma azedo em contextos políticos, de parcerias esfumadas pela diplomacia arenosa, arremessando “pedras e pedrinhas” à janela do seu amor. Como jornal, associado ao poder, evoca, naturalmente, as esferas do poder, guindando-se, logicamente, às elites, às cúpulas, aos deuses. Todavia, estes “deuses de barro”, longe estão dos cabouqueiros que laboriosamente desenvolvem o seu trabalho. Aí, é que está a seiva das árvores que alimentam e fazem crescer as relações entre Portugal e Angola.
Certamente que esta "irmandade angolana com os brasileiros" recai na polarização típica dos esteriótipos, ao sabor dos argentinos, de “nuestros hermanos”, mas, que no contexto africano retoma a mesma reivindicação de aproximação aos europeus. Dito de outro modo, os argentinos são os europeus da América Latina. Será que os angolanos pretendem ser os “europeus de África”?
Ao lançarem “pedras e pedrinhas” à sua elite preferida portuguesa, retomam um “namoro” que faz lembrar os estereótipos argentinos. 
Angola tem a sua própria cultura democrática, em desenvolvimento, que se relaciona com outra cultura europeia, neste caso, a portuguesa. Mas, em vez de “pedras e pedrinhas” que só podem conduzir a muros de confronto e separação, é necessário alimentar as árvores com outros condimentos de salutar convivência.



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